07/09/2021 às 15h02min - Atualizada em 07/09/2021 às 15h02min

Doria se posiciona pela 1ª vez pelo impeachment de Bolsonaro por “crimes que cometeu” nesta terça-feira (7) e diz que PSDB será oposição

Governador diz que presidente afronta a Constituição. “Ele desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, diz Doria sobre falas de Bolsonaro.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), manifestou-se nesta terça-feira (7), pela primeira vez, pelo impeachment de Jair Bolsonaro (Sem Partido). Segundo Doria, que acompanha os protestos contra e a favor do presidente em São Paulo, “Bolsonaro afronta a Constituição”.

“Eu cumprimentei o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, pela convocação amanhã da executiva nacional do partido, para discutir as questões relativas ao que está sucedendo hoje no Brasil. Eu não faço parte da executiva nacional do PSDB, portanto, não me cabe participar dessa reunião, mas já me manifestei claramente e reproduzo a minha opinião posição: O PSDB, partido pelo qual fui eleito governo do estado de SP, estado mais densamente habitado do país, maior força econômica do país, a minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro”, disse Doria.

“E posição de que o PSDB deve perfilar como partido de oposição ao presidente Jair Bolsonaro”, salientou.

“Minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro - depois do que ouvi hoje ele claramente afronta a Constituição”, afirmou.

Nas eleições de 2018, Doria recebeu apoio de Bolsonaro e apoiou a candidatura do atual presidente, com a criação de um slogan de “BolsoDoria”. Depois da vitória, ambos se distanciaram e se tornaram rivais durante a condução da resposta à pandemia de Covid-19.

“Eu até hoje nunca havia feito nenhuma manifestação pró-impeachment, me mantive na neutralidade, entendendo que até aqui os fatos deveriam ser avaliados e julgados pelo Congresso Nacional, mas depois do que assisti e ouvi hoje, em Brasília, sem sequer estar ouvindo, ele, Bolsonaro, claramente afronta a Constituição, ele desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, diz Doria.

“O volume de crimes já cometidos pelo presidente da República no dia de hoje nas manifestações são mais que suficientes para justificar, se não for um novo pedido, os mais de 130 pedidos de impeachment que adormecem na mesa do presidente da Câmara em Brasília”, defendeu o governador.

Doria se referia ao fato de, em discurso a apoiadores em Brasília – DF, Bolsonaro ter feito nesta terça-feira uma ameaça ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, e afirmar que convocaria o Conselho da República, órgão responsável por opinar em situações extraordinárias sobre defesa e segurança do estado.

No discurso, Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, do STF – sem citar o nome do ministro. Alexandre de Moraes é responsável pelo inquérito que investiga o financiamento e organização de atos contra as instituições e a democracia e pelo qual já determinou prisões de aliados do presidente e de militantes bolsonaristas. Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com o presidente, "uma pessoa específica da região dos três poderes" está "barbarizando" a população e fazendo "prisões políticas", que, segundo afirmou, não se pode mais aceitar.


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