O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB), afirmou nesta terça-feira (29) que o envolvimento de Jair Bolsonaro (Sem Partido) no escândalo da vacina Covaxin é “muito mais grave” do que apenas a suspeita de prevaricação.
“Ele não só teve conhecimento. Ele participou em todos os momentos”. Renan então sugeriu que Otto Alencar (PSD), que é médico, receitasse um “memoriol” ao titular do Palácio do Planalto.
Renan lembrou que, em 8 de janeiro, Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo celeridade na liberação de 20 milhões de doses da Covaxin. Ao mesmo tempo, destacou que o Ministério da Saúde havia “recusado” a aquisição de 170 milhões de doses dos imunizantes da Pfizer, do Butantan (a Coronavac) e do consórcio Covax Falicity, da OMS.
“No dia 25 de fevereiro, o acordo foi fechado”, destacou Renan. Depois disso, em 10 de março, o presidente sancionou a Medida Provisória que autorizava a importação excepcional de vacinas contra a Covid-19.
Foi nesta MP que o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP), incluiu uma emenda facilitando a importação do imunizante. Na última sexta-feira (25), o deputado federal Luís Miranda (DEM) disse que Bolsonaro se referiu a Barros como o suposto responsável pela negociata.
“Quando Miranda foi falar com ele, foi 10 dias depois, em 20 de março. Disse que o presidente sabia da negociação em detalhes, com todos os pormenores”, ressaltou o relator da CPI.