25/05/2021 às 14h07min - Atualizada em 25/05/2021 às 14h07min

Mayra Pinheiro contradiz Pazuello e nega que plataforma TrateCOV tenha sido hackeada

Na semana passada, ex-ministro Eduardo Pazuello disse à CPI que aplicativo foi hackeado. Ministério tirou o TrateCov do ar depois que foi revelado que o aplicativo indicava medicamentos sem eficácia para Covid.

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse nesta terça-feira (25) à CPI da Pandemia que o aplicativo TrateCov não foi hackeado nem modificado por um suposto hacker. Segundo ela, o que houve foi uma “extração indevida de dados”.

Em seu depoimento na semana passada, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello havia dito que o aplicativo foi “roubado” por um hacker, o que teria motivado a suspensão do TrateCov.

O ministério retirou o aplicativo do ar no dia 21 de janeiro, depois que foi revelado que a ferramenta recomendava o “tratamento precoce” a pacientes com sintomas que poderiam ou não ser da Covid.

O chamado “tratamento precoce”, defendido por Jair Bolsonaro (Sem Partido), envolve remédios sem eficácia para a Covid, como a cloroquina. Mayra Pinheiro é conhecida como “capitã cloroquina”, em razão de sua defesa do remédio.

“Ele não conseguiu hackear. Hackear é quando usa a senha de alguém, entra dentro de uma plataforma. Foi uma extração indevida de dados. O termo que foi utilizado foi um termo de leigos. Hoje temos um laudo pericial que classifica a operação feita de extração de dados”, afirmou Pinheiro.

Na versão da secretária, um jornalista teve acesso ao aplicativo e o jogou na rede, usando informações fora de contexto.

“O que foi feita foi uma extração indevida na madrugada do dia 20 [de janeiro], por um jornalista. Ele fez uma cópia da capa inicial dessa plataforma, abrigou nas redes sociais dele e começou a fazer simulações fora de qualquer contexto epidemiológico, causando prejuízos à sociedade”, relatou a secretária.

O relator, senador Renan Calheiros (MDB), quis saber se, uma vez que não houve ataque hacker, o aplicativo sofreu alguma modificação de alguém fora do ministério. Pinheiro respondeu que não. Isso significa que nada havia mudado no funcionamento da ferramenta.

Nesse ponto, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), perguntou por que então o ministério tirou o aplicativo do ar, já que a secretária argumenta que a ferramenta poderia salvar vidas.

“Se não foi hackeado e não foi modificada a orientação ou determinação [do tratamento precoce], por que foi retirado do ar?”, questionou Aziz.

Pinheiro respondeu que a suspensão foi necessária para fazer a investigação sobre a extração de dados. Nesse ponto, Aziz fez uma fala contundente sobre a ação do ministério.

“Não houve hackeamento nenhum, doutora. A senhora disse aqui que não houve mudança no protocolo. Por que retiraram do ar? Se tinha tanta certeza que ia salvar vidas, por que não voltou?”, questionou o senador.

“Sabe quantos amazonenses morreram por falta de aplicativo? Centenas! Se tinha aplicativo que ia salvar vidas, por que não devolveu?”, completou.

Por fim, Aziz chamou de “assassinos” as pessoas que criticaram medidas de fechamento do comércio em Manaus no fim de 2020, pouco antes do colapso na saúde do estado.

“Esses assassinos da internet que ficam criticando lockdown mataram pessoas sem oxigênio na minha cidade”, disse Aziz.


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