Contaminado pelo novo coronavírus, o médico Júlio César Antunes de Oliveira, relatou os danos colaterais que sentiu ao fazer uso da hidroxicloroquina.
Em entrevista ao jornalista Tayguara Ribeiro, do jornal Agora, o cardiologista do Rio de Janeiro - RJ afirma ter ficado muito debilitado, com dor, desidratação e náusea, a ponto de dizer que não sabe se um “idoso toleraria essa medicação” fora do ambiente controlado de um hospital.
“Eu iniciei o protocolo de hidroxicloroquina com azitromicina, drogas que, para este fim, ainda estão em teste. E eu tive muitos efeitos colaterais. Dor ocular, muita náusea e diarreia, a ponto de ficar desidratado. Não consegui me alimentar adequadamente”, conta.
E acrescenta: “Não sei, sinceramente, se um idoso toleraria essa medicação, fazendo uso em casa, sem estar monitorado, sem receber hidratação venosa”.?
O medicamento tem sido amplamente propagada por Jair Bolsonaro (Sem Partido) como promessa de cura para o coronavírus. Em pronunciamento nesta quarta-feira (8), Bolsonaro voltou a defender o uso da cloroquina de modo generalizado no combate à Covid-19.
O medicamento, comumente usado em casos de malária, lúpus e artrite reumatoide, ainda não tem eficácia comprovada para casos do Covid-19 e está em fase de estudos.
O cardiologista afirma que o isolamento é fundamental para evitar o contágio e, mesmo recuperado da Covid-19, permanece em quarentena.
“Esse isolamento é fundamental para evitar contaminação, mas, como me isolei, se eu precisasse ter algum socorro não sei como seria”, conta o cardiologista que fez uso da cloroquina fora do ambiente hospitalar. “Em alguns momentos, eu tive medo de morrer”, revelou.