29/04/2024 às 12h28min - Atualizada em 29/04/2024 às 12h28min

Monitoramento de borboletas frugívoras em São Paulo deve alcançar maior coleta de dados em 2024

Com 200 pessoas envolvidas, subprograma do MonitoraBioSP identificou cerca de 2,6 mil indivíduos a partir de 1.200 armadilhas em unidades de conservação.

Redação
Foto: Divulgação/Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil)
A Fundação Florestal (FF), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) realiza o maior levantamento de borboletas frugívoras (família Nymphalidae) de São Paulo. Medida de baixo custo (cada armadilhamento possui custo médio de R$ 100) é um importante mecanismo para traçar indícios ambientais quanto ao grau de integridade e dos serviços ecossistêmicos por meio da qualidade de vida e hábitos das diferentes tribos (classificação biológica usada para identificação das borboletas frugívoras). Os dados são reportados ao estado e servem como ponto de partida para medidas de gestão e manejo a serem implementadas em diferentes áreas das UCs.
 
O monitoramento das borboletas acontece por meio da FF, dentro de um dos sete subprogramas do MonitoraBioSP, e conta com o apoio do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) para a realização dos estudos nas Unidades de Conservação (UC). São cerca de 200 pessoas envolvidas nas ações, entre essas, pesquisadores e profissionais capacitados para atuarem em campo com a coleta de dados. O programa conta ainda com voluntários que participam das atividades a partir de chamamentos públicos realizados por cada UCs. O objetivo é proporcionar maior conscientização das pessoas, que, se selecionadas, recebem treinamento para atuarem em campo.
 
Foram instalados no programa até o final de 2023, 1.200 armadilhas e realizadas mais de 6 mil revisões. O que permitiu a identificação de cerca de 2,6 mil indivíduos de borboletas frugívoras nas UCs do estado. "O sucesso do programa faz com que a ampliação seja possível e que tenhamos cada vez mais conhecimento acerca do grau de preservação das Unidades de Conservação. Tais medidas servem ainda como ótimos bioindicadores", avalia Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação Florestal.
 
Para o desenvolvimento dos trabalhos – que também envolvem a identificação e quantificação das borboletas –, os pesquisadores e voluntários utilizam armadilhas de atração do tipo Van-Someren-Rydon (VSR), que ficam posicionadas em distâncias equivalentes na área a ser monitorada. A metodologia adotada para o sucesso do programa no estado se baseia em diretrizes internacionais (Guidelines for Standardised Global Butterfly Monitoring) e em concordância com orientações do Programa MONITORA-ICMBio, do Governo Federal.
 
Em cada UCs o monitoramento é dividido em duas campanhas com sete dias cada. O intervalo entre elas varia de 15 a 20 dias. No primeiro dia é realizada a instalação das armadilhas e a iscagem, que é preparada com uma mistura de banana nanica madura com caldo de cana ou açúcar mascavo. Com o processo de captura realizado, acontece a identificação das borboletas. Os dados aferidos são registrados com uso do aplicativo Survey123 e, após isso, as borboletas são imediatamente soltas. Para nortear esta etapa, a equipe também utiliza o Guia de Identificação de Tribos de Borboletas Frugívoras da Mata Atlântica Sul.
 
Neste ano, a FF terá a maior abrangência do subprograma, já que, desde 2021, realiza capacitações em Unidades de Conservação, produção e manejo por todo o estado. Em seu início, apenas duas UCs realizaram o monitoramento piloto, enquanto hoje já são 46 UCs aptas.
 
“A meta para este ano é expandir o monitoramento para o maior número de Unidades de Conservação possíveis dentro destas 46 que já possuem a capacitação. O nosso foco está em algumas áreas prioritárias como, por exemplo, os Parques Estaduais da Serra do Mar, Carlos Botelho e Cantareira. Também temos como objetivo específico trabalhar com a Estação Ecológica Jataí e Vassununga para compreensão da interferência na biodiversidade das borboletas ocasionadas pelos agrotóxicos nos canaviais próximos destas unidades”, conta Edson Montilha, gerente de Unidade de Conservação da Fundação Florestal e coordenador do Programa de Monitoramento de Biodiversidade.
 
Como resultado do monitoramento permanente é possível acompanhar a presença ou ausência das tribos de borboletas, além da frequência com que elas aparecem em cada UC, o que demonstra a qualidade ambiental da região. Afinal, as borboletas indicam a riqueza de um ecossistema.
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