A CPI da Pandemia aprovou no início da sessão desta quinta-feira (19) uma série de requerimentos em favor da quebra de sigilo de influenciadores e blogueiros bolsonaristas. Diante das proposições, senadores governistas se queixaram alegando que há uma “caça” à liberdade de expressão de produtores de conteúdos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
Eduardo Girão (Podemos) declarou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao desmonetizar blogues e sites suspeitos de produzir fake news estaria praticando um gesto que poderia, no futuro, afetar a imprensa.
Já o senador Marcos Rogério (DEM) classificou a quebra de sigilos como “perseguição política” e disse que é um erro qualquer tipo de pré-julgamento.
O autor do requerimento de Thais Amaral, item 119 da pauta de hoje, é o relator Renan Calheiros (MDB). Ao se queixar ao presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD), Marcos Rogério ouviu que Calheiros, por ser relator da Comissão, teria seus motivos para realizar o pedido contra a servidora.
Entre os requerimentos aprovados hoje está a quebra de sigilo da empresa Global Saúde e da Senah, suspeitas de terem envolvimento com a negociação de imunizantes junto ao Ministério da Saúde.
Outras empresas do sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, tiveram o sigilo quebrado. Hoje o empresário presta depoimento ao colegiado após quatro tentativas frustradas.
Alvo da CPI da Pandemia desde junho deste ano, o empresário se tornou suspeito diante do contrato de R$ 1,6 bilhão fechado entre o governo federal e a Precisa Medicamentos para a compra da Covaxin, como ainda por um histórico de medicamentos pagos, mas não entregues, ao Ministério da Saúde.
O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, também terá o sigilo quebrado pela CPI da Pandemia, assim como os dirigentes de hospitais federais.