Desde que Bolsonaro anunciou sua “motociata” de São Paulo, ocorrida no último sábado (12), os bolsonaristas disseminaram nas redes sociais – Telegram, Whatsapp, Facebook e outros – um anúncio prometendo o sorteio de uma “linda MOTO”. A intenção foi atrair esperançosos a participarem da manifestação e aumentar o volume de pessoas na “motociata”.
Quantos participantes foram atraídos pelo anúncio não se sabe. Outros usuários nas redes, com a intenção de denunciar uma possível compra de manifestantes, acabaram compartilhando o anúncio no Twitter e Facebook, o que na prática aumentou a circulação da propaganda, chegando ao conhecimento de um público ainda maior e, portanto, contribuindo com a campanha publicitária.
De acordo com reportagem da jornalista Mariana Schreiber, da BBC Brasil, publicada na véspera do ato, sexta-feira (11), o evento da capital paulista foi promovido nas redes sociais como uma versão evangélica das motociatas bolsonaristas realizadas em maio em Brasília e Rio de Janeiro, onde não houve esse rótulo religioso.
“Igrejas, porém, negam estar por trás da convocação. Quem batizou o evento com esse nome e se colocou como coordenador foi o comerciante evangélico Jackson Vilar, dono de uma loja de móveis no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Ele tem promovido intensamente o ato, inclusive com um cadastro online para sorteio de uma moto entre os que comparecerem à motociata e doarem um quilo de alimento”, informa a matéria.
“Sua atuação, porém, irritou motoclubes que apoiam Bolsonaro e veem uma tentativa do comerciante em se aproveitar politicamente da mobilização. Em 2018, ele foi candidato a deputado federal, mas não conseguiu se eleger. Embora já apoiasse Bolsonaro, concorreu pelo PROS, que em 2018 estava coligado com o PT”, aponta ainda a reportagem.
Segundo informou o empresário à reportagem, o sorteio da moto buscava estimular o cadastro dos interessados para ter uma estimativa dos participantes. Na quinta-feira (10), anunciou em um vídeo que já havia quase 300 mil inscritos.