13/06/2021 às 23h41min - Atualizada em 13/06/2021 às 23h41min

Ex-presidente interina da Bolívia afirma em carta que se considera “prisioneira política”

Neste domingo (13), Jeanine Áñez faz 54 anos e completa três meses de prisão preventiva.

A ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, declarou em uma carta escrita na prisão e publicada em seu perfil no Twitter neste domingo (13), data de seu aniversário e dia em que completa três meses de detenção preventiva, que é uma “prisioneira política”.

“Hoje completa 90 dias dessa ilegal e injusta prisão onde o MAS [partido político Movimento ao Socialismo] me mantém sequestrada. Hoje também é meu aniversário e, em algumas horas, virá meu filho, acompanhado de meu irmão”, escreve Añez, que completa 54 anos neste 13 de junho. Ela explica que não poderá ver a filha nesta data, que se recupera da Covid-19.

“O MAS decidiu que seu troféu de vingança seja detido na prisão, e aqui estou eu, fazendo aniversário e cumprindo 90 dias como prisioneira política”, diz Áñez em outro trecho da carta de duas páginas escrita à mão.

A ex-presidente, que é acusada de crimes de sedição, terrorismo e conspiração e de envolvimento na derrubada do governo de Evo Morales em 2019, foi presa no em 13 de março. Policiais a encontraram escondida dentro de uma cama box no momento da prisão.

No final de 2019, a Bolívia viveu uma fase de convulsão social, depois de a oposição denunciar que o então presidente Evo Morales havia cometido fraude eleitoral para garantir um quarto mandato.

Os conflitos levaram à renúncia de Evo Morales após 14 anos no poder, e seu posterior exílio no México.

A essas denúncias foram acrescentadas outras por atos inconstitucionais durante seu mandato. O governo boliviano está investigando o recebimento de armas, munições de guerra e gás lacrimogêneo do Equador sob o mandato de Áñez e se estes foram usados nos conflitos sociais de 2019.

“Não vão derrubar meu espírito, mesmo que continuem inventando crimes para encobrir os seus”, acrescentou na carta a ex-presidente, que em várias ocasiões denunciou que seu estado de saúde se deteriorou na prisão.

A administração do presidente de esquerda Luis Arce, o herdeiro político de Morales, defende o discurso de que em 2019 houve um "golpe" contra Morales, enquanto a oposição aponta que houve uma rebelião popular contra os planos do político boliviano de governar até 2025.

Além de Áñez, dois de seus ministros foram presos.


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