24/05/2021 às 10h44min - Atualizada em 24/05/2021 às 10h44min

Tenente da Marinha preparou mudança na bula da cloroquina sob orientação de Arthur Weintraub

O tenente-médico Luciano Dias Azevedo, da Marinha, personagem central no Palácio do Planalto na tentativa de mudança da bula da cloroquina em abril de 2020, agia sob orientação direta de Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação e um dos líderes do “gabinete paralelo” de Bolsonaro.

Reportagem dos jornalistas Vicente Nunes e Augusto Fernandes no jornal Correio Braziliense publicada nesta segunda-feira (24) revela que o tenente-médico Luciano Dias Azevedo, da Marinha, figura central no esquema de mudança da bula da cloroquina, agiu sob orientação de Arthur Weintraub, um dos líderes do “gabinete paralelo” do governo Bolsonaro.

O irmão do ex-ministro da Educação, o bolsonarista Abraham Weintraub, era assessor especial de Bolsonaro em abril de 2020 quando a mudança esteve a ponto de acontecer.

As investigações em torno do gabinete paralelo confirmam que o anestesista Azevedo foi o autor da minuta do decreto que mudaria a bula da cloroquina, processo abortado depois da negativa do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, conforme afirmara há pouco mais de dez dias a médica Nise Yamaguchi.

Um dos mais ativos promotores do uso da cloroquina no “tratamento precoce”, o tenente Azevedo deixava claro a seus interlocutores que o tema era prioridade para o Palácio do Planalto por orientação de Jair Bolsonaro (Sem Partido). O gabinete paralelo também incluía o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).

Apesar de a minuta de decreto para a mudança da bula da cloroquina ter sido inviabilizada pela recusa do presidente da Anvisa em sancioná-la, o tenente Azevedo continuou auxiliando Arthur Weintraub.


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