Escolhido por Jair Bolsonaro (Sem Partido) para comandar o Ministério da Justiça no lugar de André Mendonça, o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres é identificado com o setor mais extremista do Congresso, a chamada Bancada da Bala.
O novo titular da pasta, que deixará a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, atuou durante anos como chefe de gabinete do ex-deputado federal Fernando Francischini (PSL), um dos primeiros parlamentares no Congresso a defender, em 2018, a campanha de Bolsonaro ao Planalto. Francischini é um bolsonarista radical, de extrema-direita.
Torres assessorou Francischini em comissões da Câmara como a de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e de Fiscalização Financeira e Controle, além de Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito (CPMIs).
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, foi nas comissões que o novo ministro se aproximou da Bancada da Bala.
No ano passado, quando aconteceram manifestações de bolsonaristas que pediam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso, Torres foi acusado por opositores do governo federal de não adotar, enquanto secretário Segurança Pública do Distrito Federal, medidas mais duras contra os atos antidemocráticos.
O delegado também é amigo pessoal do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), e frequenta a “cozinha” do clã Bolsonaro, de acordo com informação publicada pela coluna de Guilherme Amado na revista Época.