11/08/2020 às 11h09min - Atualizada em 11/08/2020 às 11h09min

Putin anuncia homologação da “primeira vacina” contra a Covid-19

A vacina russa contra o coronavírus foi chamada de “Sputnik V” - “V” de vacina -, em referência ao primeiro satélite soviético enviado ao espaço, em 1957, disse o presidente do fundo soberano envolvido em seu desenvolvimento, Kirill Dmitriev.

O presidente Vladimir Putin declarou nesta terça-feira (11) que a Rússia desenvolveu a “primeira” vacina contra o novo coronavírus, que provoca uma “imunidade duradoura”. Em uma videoconferência com integrantes do governo exibida pela televisão, Putin relatou que uma de suas filhas tomou a vacina. “Acho que ela participou nos experimentos”, disse Putin, antes de acrescentar que ela teve um pouco de febre e “nada mais”.

Nas últimas semanas, cientistas estrangeiros expressaram preocupação com a rapidez na criação de uma vacina contra o coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu respeito às diretrizes estabelecidas e que a Rússia seguisse “todos os estágios” necessários para desenvolver uma vacina segura.

Nesta manhã, poucos minutos depois de o Ministério da Saúde russo homologar o novo produto, Putin afirmou: “Sei que é bastante eficaz, que dá uma imunidade duradoura”. A Rússia tem mais de 897 mil casos confirmados da nova infecção pulmonar e pouco mais de 15 mil mortos.

A vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, um centro de pesquisa estatal localizado em Moscou, será distribuída a partir de 1° de janeiro de 2021, de acordo com o registro nacional de medicamentos do Ministério da Saúde, consultado pelas agências de notícias russas.

A autorização concedida pelas autoridades russas, após menos de dois meses de ensaios clínicos em humanos, abre caminho para uma utilização da vacina em larga escala na população, apesar de as últimas etapas dos testes clínicos não terem sequer começado. Os chamados ensaios de “fase 3”; fundamentais para determinar a segurança e a eficácia de uma vacina, costumam contar com a participação de milhares de pessoas e seus resultados são exigidos antes da obtenção de uma licença de comercialização do produto.

A vacina russa contra o coronavírus foi chamada de “Sputnik V” - “V” de vacina -, em referência ao primeiro satélite soviético enviado ao espaço, em 1957, disse o presidente do fundo soberano envolvido em seu desenvolvimento, Kirill Dmitriev. “Mais de um bilhão de doses” foram encomendadas por 20 países estrangeiros, afirmou Dmitriev, acrescentando que a fase 3 dos testes irá começar na quarta-feira (12). O início da produção industrial está previsto para setembro.

A velocidade com que a Rússia tenta distribuir sua vacina ilustra a determinação de Putin em vencer a corrida planetária que se instalou entre países e laboratórios para fornecer um produto eficaz na luta contra a pandemia. Mas gera preocupação entre cientistas pela prioridade dada à reputação da Rússia, ao invés da segurança e do rigor científico.

Das cem vacinas atualmente em desenvolvimento no mundo, pelo menos quatro estão na última fase dos ensaios em humanos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.

O anúncio chega um dia depois do mundo ultrapassar a marca de 20 milhões de casos de contaminação, somando 734.243 mortes. O resultado é liderado pelos Estados Unidos, que superou os 5 milhões de casos confirmados, seguidos pelo Brasil, com mais de 3 milhões.


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