16/05/2020 às 13h35min - Atualizada em 16/05/2020 às 13h35min

Bolsonaro reconduz Carlos Marun e José Carlos Aleluia para o conselho de Itaipu

Marun foi o deputado que dançou após a Câmara impedir o prosseguimento de denúncias contra Temer. Aleluia apareceu na deleção da Odebrecht suspeito de receber R$ 300 mil, via caixa 2.

Jair Bolsonaro (Sem Partido) abre a cortina do passado e escancara as portas do seu governo para velhas figuras da política. Acabam de ser reconduzidos por ele para o Conselho da Itaipu Binacional, entre outros, Carlos Marun, ex-ministro de Michel Temer, e o ex-deputado e delatado da Odebrecht José Carlos Aleluia (DEM).

Além deles, foi nomeado também para a hidrelétrica que fica na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e Cidade del Leste, no Paraguai Itaipu, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

As nomeações foram publicadas em edição extra da sexta-feira (15) do Diário Oficial da União e assinadas por Bolsonaro e o próprio ministro de Minas e Energia.

O ministro Bento Albuquerque foi conduzido pela primeira vez ao conselho. Também foram reconduzidos aos cargos de conselheiros Célio Faria Júnior e Wilson Pinto Ferreira Junior. As nomeações valem até maio de 2024.

As nomeações estão ligadas aos partidos do Centrão. Nas últimas semanas, Bolsonaro tem articulado uma aproximação e ajeitado cargos para o grupo em vários setores do governo.

Os votos do centrão podem corresponder até à metade dos 513 parlamentares e serem decisivos na aprovação ou rejeição de uma matéria e segurar o impeachment do presidente.

Carlos Marun foi ministro-chefe da Secretaria de Governo do ex-presidente Michel Temer. Ele foi indicado ao cargo de conselheiro em Itaipu por Temer, mas afastado em março de 2019. Ele teve a nomeação questionada por uma ação popular e pelo Ministério Público Federal (MPF) junto à 6ª Vara Federal de Curitiba - PR. Em primeira instância, o pedido foi negado. Na apelação à segunda instância, o relator do processo, desembargador federal Rogério Favreto, suspendeu o ato de nomeação em liminar. No julgamento de mérito pela 3ª Turma do TRF4, a decisão foi revertida.

Marun foi o deputado que dançou após a Câmara dos Deputados impedir o prosseguimento de denúncias contra Temer.

José Carlos Aleluia, por sua vez, apareceu na deleção da Odebrecht. Ele era suspeito de receber R$ 300 mil, via caixa 2, nas eleições de 2010, além de doação legal de R$ 280 mil nas eleições de 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato à época no Supremo Tribunal Federal (STF).


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