Jair Bolsonaro (Sem Partido) abandonou a retórica demagógica contra a tal da “velha política” e partiu para o abraço no Centrão, bloco parlamentar mais fisiológico e corrupto do Congresso Nacional.
Cada vez mais isolado e desgastado, Bolsonaro arrega e senta no colo dos “capôs” do grupo comandado por figuras como Roberto Jefferson (PTB), Valdemar Costa Neto (PL), Gilberto Kassab (PSD), Paulinho da Força (Solidariedade) e de próceres do PP, Republicanos e Avante.
A mordida do Centrão foi apetitosa: Bolsonaro liberou a gorda fatia de 53 bilhões para a gerência do grupo através de nomeações em empresas estatais, bancos, autarquias, diretorias e conselhos estatais. O número de páginas no Diário Oficial da União (DOU) vai aumentar nos próximos dias.
Nesta quarta-feira (6), a primeira leva de nomeações começou pelo tradicional objeto de desejo de políticos nordestinos: O Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). Foi nomeado Fernando Marcondes de Araújo Leão, indicado pelo Avante.
Nas próximas horas, o Centrão aguarda as nomeações para a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e para diversas secretárias e diretorias de ministérios em edições extras do DOU.
Com medo do impeachment, que já coleciona cerca de 30 pedidos na mesa de Rodrigo Maia (DEM) na Câmara dos Deputados, Bolsonaro aposta as suas fichas na bancada parlamentar do Centrão. O movimento visa também a disputa da presidência da Câmara de Deputados no próximo ano, quando se encerra o mandato de Maia.