Em ação sem precedente na história do Conselho de Direitos Humanos, um grupo de quase 200 entidades brasileiras da sociedade civil lançou nesta terça-feira (8) manifesto se colocando contra a candidatura do Brasil à reeleição no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), informa o jornal O Globo.
Com críticas diretas à atuação do governo de Jair Bolsonaro (PSL) nos fóruns internacionais, o texto diz que as ações “afrontam a tradição brasileira acumulada há décadas nas relações multilaterais e que sempre caminharam na defesa do universalismo dos direitos humanos”.
“Um governo que atua com sérias reservas, que promove ações que geram retrocessos na efetivação dos direitos e que seja antiuniversalista não pode querer que a comunidade internacional acredite que tem efetiva disposição para se comprometer com a realização progressiva, universal, interdependente e indivisível de todos os direitos humanos para todas e todos”, diz o manifesto.
Camila Asano, coordenadora de programas da Conectas Direitos Humanos, organização que assinou o manifesto, disse ao Globo que “essa ação não tem precedente na história do Conselho de Direitos Humanos, até porque essa postura do Brasil, seja de um ataque frontal e coordenado contra os direitos humanos e de uma ação tão nociva do Brasil em Genebra, não tem precedente. Esse é um momento muito particular que estamos vivendo”.