11/04/2020 às 19h08min - Atualizada em 11/04/2020 às 19h08min

EUA culpam Trump pela demora no combate ao coronavírus, enquanto o Brasil desconfia de Bolsonaro

O presidente americano não cometeu o crime da ação, mas o da omissão, segundo os seis articulistas - Eric Lipton , David E. Sanger , Maggie Haberman, Michael D. Shear , Mark Mazzetti e Julian E. Barnes - que assinam o artigo “Ele poderia ter visto o que estava por vir: por trás da falha de Trump o vírus”.

Blog do Esmael

Um esclarecedor artigo do jornal The New York Times, neste sábado (11), aponta o presidente Donald Trump como responsável pelas mais de 20 mil mortes pelo coronavírus nos Estados Unidos.

O presidente americano não cometeu o crime da ação, mas o da omissão, segundo os seis articulistas - Eric Lipton , David E. Sanger , Maggie Haberman, Michael D. Shear , Mark Mazzetti e Julian E. Barnes - que assinam o artigo “Ele poderia ter visto o que estava por vir: por trás da falha de Trump o vírus”.

De acordo com o texto, o presidente Trump foi alertado sobre o potencial de uma pandemia, mas que as divisões internas, a falta de planejamento e a fé em seus próprios instintos levaram a uma resposta interrompida.

A trajetória errática de Trump no enfrentamento da Covid-19, reservadas as diferenças, lembra muito a forma como seu colega brasileiro Jair Bolsonaro encara a pandemia nestas plagas.

“Ninguém sabia que haveria uma pandemia ou epidemia dessa proporção”, escusa-se agora com 525.559 casos confirmados de coronavírus e 20.304 mortes. Donald Trump sabia desde janeiro sobre a gravidade do coronavírus para as vidas humanas e para economia americana, mas, segundo os repórteres do New York Times, ele preferiu torcer o nariz.

No Brasil a situação parece ser mais dramática ainda. O presidente Bolsonaro já ocupou cinco vezes a rede nacional de rádio e televisão para fazer pronunciamentos negacionistas e oferecer uma falsa cura para a Covid-19 com base na Cloroquina. A insistência dele no medicamento até lhe rendeu o apelido de “Capitão Clorokina” – em referência à patente dele ao deixar o Exército.

Além de negar a letalidade do vírus, Bolsonaro ainda tem encorajado pessoas a desobedecerem o isolamento social para evitar a propagação da doença. Tal medida é uma recomendação da OMS e dos principais líderes mundiais, que também enfrentam o coronavírus.

O problema é que o negacionismo já começou a fazer vítimas inclusive entre os seguidores de Bolsonaro. A médica Lúcia Dantas Abrantes, do Ceará, desdenhou dos riscos da doença e defendia o fim do isolamento social. “Dia 15 de Março o coronavírus vai invadir o Brasil… venham todos para a rua”, zombou ao convocar uma manifestação pró-Bolsonaro.

A outra bolsonarista que foi infectada pelo coronavírus é Ângela Vidal Gandra Martins, secretária nacional da Família do Ministério dos Direitos Humanos de Damares Alves. Ângela está internada no Hospital Sírio Libanês em São Paulo - SP.

O Brasil tem 20.727 casos confirmados de coronavírus neste sábado e 1.124 mortes, afirma o Ministério da Saúde.


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