Especialista destaca a importância da Revolução Chinesa para a história dos séculos XX e XXI

A Revolução Socialista na China de 1949 foi um marco histórico de magnitude global que continua a moldar significativamente o cenário político, econômico e cultural mundial. Em comemoração aos seus 75 anos, Gabriel Onofre, autor de História do Sistema de Ensino pH, destaca a relevância histórica deste evento e suas repercussões globais.
 
Segundo ele, este marco moldou o panorama geopolítico e social do mundo moderno. “A Revolução Chinesa foi um dos principais eventos sociais e políticos do pós-Segunda Guerra Mundial. Este evento não apenas encerrou a longa Guerra Civil na China, mas estabeleceu a República Popular da China sob o regime comunista do Partido Comunista Chinês (PCC), liderado por Mao Zedong”, afirma Onofre.
 
O que foi a Revolução Chinesa e seus impactos para a segunda metade do século XX?
A Revolução Chinesa consolidou o poder do Partido Comunista da China (PCC), encerrando décadas de conflito interno e promovendo uma transformação social e econômica sem precedentes. Este movimento foi um divisor de águas na Guerra Fria, consolidando o socialismo como uma força global e influenciando movimentos tanto nos países desenvolvidos quanto nos periféricos. “A Revolução Chinesa unificou a China sob um governo comunista, mas também inaugurou uma nova era de políticas que incluíram reformas agrárias, nacionalização de indústrias e coletivização da agricultura”, comenta.
 
Potência mundial
Da Guerra Fria até os dias de hoje, a China emergiu como uma potência global de destaque, desafiando o equilíbrio geopolítico estabelecido e influenciando profundamente a economia mundial. Um dos pilares que faz com que o país se desenvolvesse assim é o consumo de commodities globais, influenciando diretamente nos preços desses produtos. Além disso, a China se tornou um centro crucial nas cadeias de suprimento globais, afetando a produção e o comércio internacionais. Segundo analisa o especialista, à medida que a China continua a se desenvolver como uma potência econômica e tecnológica, as dinâmicas globais continuarão a ser influenciadas por suas políticas econômicas e comerciais.
 
Impactos no Brasil
O Brasil, como grande exportador de commodities como soja e minério de ferro, tem na China um parceiro comercial vital. A demanda chinesa por esses produtos impacta diretamente a economia brasileira, moldando não apenas os preços de exportação, mas também as relações comerciais e estratégicas bilaterais.
 
Interdisciplinaridade do tema
O estudo da Revolução Chinesa é essencial para compreender não apenas a história contemporânea, mas também para explorar questões interdisciplinares em disciplinas como História, Geografia e Sociologia. “Essa compreensão é crucial para que os alunos entendam os eventos históricos, os desdobramentos atuais, as implicações globais, os movimentos de esquerda, as lutas por autonomia nacional ao redor do mundo no século XX”, destaca o autor do pH.
 
De acordo com Onofre, é crucial que o estudante fique atento ao assunto, pois a Revolução Chinesa pode ser abordada tanto historicamente quanto em contexto contemporâneo, relacionando-se à globalização e às dinâmicas geopolíticas atuais.
 
Para finalizar, ele recomendou um livro e um filme que retratam o assunto de maneiras cuidadosas e inteligentes. “Um livro de ficção interessante sobre o período da Revolução Chinesa é “As rãs”, de autoria de Mo Yan, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. A história de uma parteira de uma pequena aldeia nos permite mergulhar na China dos anos 1960 e 1970, época da Revolução Cultural, do rápido crescimento demográfico e da implantação da política de filho único”.
 
Já para o filme, a escolha do autor foi o documentário “Indústria Americana”, que mostra a China no contexto da globalização atual. “Esse documentário é uma boa oportunidade para um debate relacionando a ascensão chinesa às transformações econômicas globais e à precarização do mundo do trabalho”, finaliza.