05/12/2023 às 13h35min - Atualizada em 05/12/2023 às 13h35min

Em Live com dez ministros, Lula faz balanço de ganhos do país com ciclo de viagens

Entrevista apresenta investimentos, projetos, conquistas e novidades em áreas como economia, infraestrutura, agricultura, indústria, trabalho, gestão, comunicação e participação social.

Redação
Agência Gov
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República – Programa de entrevista com o presidente desta semana abriu espaço para o depoimento de ministros e autoridades
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permitiu aos internautas uma visão mais completa das ações do Governo Federal na mais recente viagem internacional pelo Oriente Médio e pela Alemanha ao optar por um formato diferente em seu programa de conversa pela internet nesta terça-feira (5). Em vez de dar entrevista, foi ele o âncora, o entrevistador, em boa parte do tempo. Pelas cadeiras do bate-papo passaram dez ministros e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Eles falaram sobre as visitas da comitiva brasileira à Arábia Saudita e ao Catar, trataram da passagem pela COP28, nos Emirados Árabes, e detalharam a agenda com a Alemanha.
 
“Volto desta viagem muito convencido, depois da quantidade de contatos que tive, de que o Brasil voltou a ser um país respeitado. Como é bom você perceber que as pessoas querem conversar com o Brasil. Ver como as pessoas querem investir. Elas querem discutir transição ecológica, energética, a questão climática”, resumiu o presidente.
 
Para Lula, o país não tem de ter medo de expressar, no cenário internacional, a sua grandeza no tabuleiro geopolítico.
 
“Como é importante essa história de o Brasil conquistar o direito de fazer a COP de 2025 em Belém. Como é importante o Brasil ser presidente do G20. Vai dar trabalho? Vai. Mas é importante que o Brasil aprenda a ser grande. É importante que aprenda a ser importante. É importante que aprenda a ser do tamanho que tem. A gente tem que ter grandeza naquilo que faz em uma relação democrática”, completou Lula.
 
Para ele, nos três mandatos que teve, a viagem para a Alemanha, com a série de compromissos estabelecidos e de relações de governo e de empresários, foi a melhor de sua trajetória política.
 
“Nunca tive uma reunião produtiva como a de ontem”, expressou.
 
Confira abaixo o que cada um dos ministros sinalizou de avanços em suas áreas
 
Fernando Haddad (Fazenda)
Acho que ficou confirmada a percepção de que o Brasil tem vantagens competitivas que nenhum país tem num mundo com problemas sociais e ambientais. Os árabes se comprometeram a continuar investindo, não só na produção de minerais críticos, mas dispostos a atingir 10 bilhões de dólares em investimentos em empresas e projetos de infraestrutura no Brasil. O Catar está começando o mesmo processo que a Arábia está concluindo. Na COP, o país foi celebrado e apresentamos programas com o BID para financiar a transição ecológica no Brasil. A Alemanha não poderia ter sido mais clara. Quer uma nova onda de investimentos, inclusive industriais, tanto em energia limpa quanto produção manufatureira.
 
Rui Costa (Casa Civil, coordenador do Novo PAC)
É visível a percepção, a vontade dos países árabes e na Europa de investir no Brasil. Vale destacar que nossa visita não foi só de ministros e técnicos. Havia grupos de empresários, presença da Confederação Nacional da Indústria. Há muito interesse em projetos licitados pelo governo nas áreas de infraestrutura, transição energética, segurança alimentar e de parcerias empresariais. Há grandes oportunidades com fundos de investimentos e agências de fomento de vários desses países.  Tivemos a oportunidade apresentar o Novo PAC em detalhes, um projeto que pretende licitar algo em torno de 370 bilhões de dólares.
 
Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária)
O Brasil retomou a liderança e a boa diplomacia. Os laços de amizade. Com isso, se abriram oportunidades. Abrimos nada menos que 72 novos mercados para produtos brasileiros até este momento. Mercados que o Brasil não acessava. De carne suína e bovina para o México. De algodão para o Egito. De frango para Israel. E, onde já vendíamos, passamos a vender ainda mais.  A Arábia Saudita já vinha com investimentos na pecuária brasileira, em participação em empresas de proteínas, e agora querem investir em grãos e fibras. O Catar deixou claro o interesse em assuntos referentes à segurança alimentar. Na COP, mostramos nossa capacidade de dobrar a produção com a conversão de áreas degradadas em áreas agricultáveis sem precisar avançar sobre florestas. Isso gera emprego e oportunidades.
 
Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)
Fizemos adaptações importantes no Pronaf. Conseguimos nacionalizar o apoio. Fazer com que atenda todo o território. Mostramos que os três programas de compra pública lançaram dinheiro novo, com R$ 1,5 bilhão para a alimentação escolar, R$ 1 bilhão para a aquisição de alimentos da agricultura familiar e R$ 120 milhões de assistência técnica e extensão rural.  O grande ganho na COP é o debate sobre o sistema agroflorestal. De casar a produção de alimentos com o reflorestamento. De trabalhar com o conceito de florestas produtivas. Um momento importante para consolidar a tese de que o reflorestamento dá resultado econômico para o pequeno agricultor.
 
Luciana Santos (Ciência e Tecnologia)
Mostramos que estamos conectados à transformação digital. Vamos resgatar uma fábrica de semicondutores no país para fabricação de chips. Chips vão do smartphone à rastreabilidade da pecuária. Envolvem todas as cadeias produtivas. Não vamos ter a escala do leste asiático, mas um nicho de mercado no setor automotivo e energético. Fizemos também um anúncio de uma linha de crédito em parceria com o BNDES de R$ 20 bilhões para transição energética. Não dá para fazer o enfrentamento ao aquecimento global sem tecnologia e ciência. Na Alemanha, tratamos do laboratório de biossegurança que queremos implementar em Campinas. Será o único do hemisfério Sul capaz de manipular microorganismos e vírus com segurança. Ideia é usar a ciência e tecnologia para salvar vidar, gerar oportunidades e atender a questão do clima.
 
Luiz Marinho (Trabalho e Emprego)
Tivemos em dez meses 1,78 milhão de novos empregos formais, com carteira assinada. Na prática serão dois milhões até o fim do ano. Estamos num processo importante de combate ao trabalho infantil e à escravidão e acordos com vários setores. Na Alemanha, “afinamos a viola” de um problema da Alemanha de trazer trabalhadores da enfermagem sem procedimentos, que tínhamos combinado em junho em memorandos.
 
Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência)
O Brasil chegou à COP protagonizando pelo exemplo. Enquanto a democracia sofre refluxos em vários cantos, o Brasil fortaleceu a democracia representativa e direta. Desobstruiu canais interditados nos últimos seis anos. Reestruturou conselhos e conferências e fez o planejamento participativo. A peça para os próximos seis anos que está no Congresso foi construída a várias mãos. Anunciamos uma reunião com movimentos sociais para a COP 30 em Belém. Anunciamos o G20 social, algo inédito, um espaço para as principais economias ouvirem seus povos. Retomamos o Mercosul Social, com debates intensos desde ontem no Rio de Janeiro. Fizemos os Diálogos Amazônicos, outra experiência inédita.
 
Esther Dweck (Gestão e Inovação)
Em Dubai, conversamos com os organizadores para buscar as melhores informações para a COP 30 no Brasil, em 2025, em Belém (PA). Buscar um suporte técnico e de logística. Conversar com quem organizou. Na Alemanha, tivemos uma importante reunião sobre governo digital. Eles querem aprender com a gente, com o avanço que temos em oferecer quatro mil serviços no gov.br. É uma parceria de trabalho importante.
 
Márcio Elias Rosa (Secretário Executivo do MDIC)
Reencontramos a Alemanha para discutir investimentos. Temos estabilidade econômica, juros em queda, inflação sob controle, perspectiva de crescimento. Isso anima a atração de investimentos. Nas conversas, ficou claro que a Alemanha só vai produzir 50% do hidrogênio que vai consumir. O restante vai ter de comprar. E o Brasil já sai privilegiado nesse negócio. A APEX também fez um grande evento empresarial, lotado e com muita gente interessada.
 
Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação da Presidência)
O tema da comunicação, das fake news, da desinformação mobiliza o mundo. A Alemanha tem experiência importante na área. Tivemos uma reunião de trabalho com o ministro equivalente da SECOM deles. Dali saiu um protocolo e uma série de iniciativas conjuntas. O presidente Lula tem dito que o tema da regulação das plataformas e como fazer isso sem afrontar a liberdade de expressão, num ambiente democrático, é internacional. É um enorme desafio construir um ambiente de integridade da informação, de combate às fake news, de educação midiática, de aprimorar a legislação para impedir a livre circulação de conteúdo que é considerado ilegal fora das redes. Essa parceria com a Alemanha é importante porque tira aquela aura de ser algo autoritário. A Austrália já aprovou leis nesse sentido. O Canadá aprovou. O mundo sabe da importância dessa discussão. 
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