02/12/2023 às 10h46min - Atualizada em 02/12/2023 às 10h46min

Sem justiça financeira, não há justiça climática possível, destaca Lula em reunião do G77 + China

Reunião abriu os debates deste sábado (2) na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Redação
Agência Gov
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
Ao discursar na reunião do G77 + China sobre Mudança do Clima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu o aporte financeiro a países de baixa e média renda, para que os planos de adaptações climáticas possam ser cumpridos. O grupo abriu os debates deste sábado (2), na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. 
 
Para Lula, os custos das transições de países desenvolvidos estão sendo transferidos para o sul global, que além de não ter fôlego financeiro para implementar os planos de adaptações climáticas, ainda são os mais afetados pelas mudanças do clima.
 
“Estamos sendo duplamente punidos. É questão de justiça climática que aqueles que mais contribuíram para o aquecimento global arquem com sua responsabilidade”, afirmou.
 
Na avaliação do presidente é necessário promover fluxos contínuos de recursos para países de baixa e média renda, para resolver o problema de endividamento, em particular os países do continente africano.
 
“Países em desenvolvimento vão precisar de quatro a seis trilhões de dólares ao ano para implementar suas contribuições nacionalmente determinadas e planos de adaptações”, afirmou.
 
Lula destacou ainda que é preciso reavaliar as abordagens financeiras mundiais e os mecanismos de financiamento climático concedidos aos países em desenvolvimento. 
 
“Não podemos fugir do debate da reforma do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os mecanismos de financiamento climático e ambiental não podem reproduzir a lógica estridente dessas instituições. Os quatros maiores fundos ambientais possuem um saldo de US$10 bilhões de dólares, mas países em desenvolvimento não conseguem acessá-los por empecilho burocrático”, disse. 
 
Durante seu discurso, o presidente do Brasil também aproveitou para falar sobre a importância de se buscar a paz mundial e lembrou que a guerra traz apenas mortes, ressaltando o que ocorre hoje na Faixa de Gaza, no Oriente Médio.
 
“Não posso deixar de usar esse momento para falar de paz. Enquanto nós estamos discutindo a questão ambiental temos uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e uma guerra insana entre Israel e a palestina. Estamos tentando salvar o planeta para que a gente viva em paz. Vamos salvar vidas, ao invés de destruí-las”, ressaltou Lula. 
 
O G77 + China é o maior bloco de países em desenvolvimento dentro da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem hoje 134 membros. O grupo mantém o nome original por questões históricas. 
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