06/10/2019 às 00h38min - Atualizada em 06/10/2019 às 00h38min

Centenas de milhares de pessoas expressam indignação com resposta de Evo Morales a incêndios florestais

Milhares de manifestantes protestam por uma posição mais enérgica do presidente em relação às queimadas em território boliviano.

Agência Reuters

Centenas de milhares de manifestantes marcharam pelas ruas da maior cidade da Bolívia, Santa Cruz de La Sierra, questionando o presidente Evo Morales enquanto manifestavam indignação com a resposta de seu governo aos incêndios florestais que destruíram amplas áreas das florestas do país neste ano.

Manifestantes levavam cartazes no protesto, que ocorreu no fim da sexta-feira (4), pedindo um “voto de castigo” contra Morales nas próximas eleições presidenciais de 20 de outubro.

Pesquisas apertadas mostram que Morales, líder esquerdista mais antigo da América Latina, pode ser forçado a um segundo turno com seu principal rival, Carlos Mesa, um ex-presidente favorável aos negócios.

Durante semanas, manifestantes e candidatos da oposição pediram a Morales que declarasse como um “desastre nacional” o aumento de incêndios florestais neste ano, que já arrasaram uma área maior que a Costa Rica. A declaração facilitaria ajuda internacional.

O governo de Morales disse que uma declaração de desastre poderia convidar a intromissão estrangeira em uma questão soberana, ecoando preocupações expressas também pelo vizinho presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), e que provocou protestos globais pela maneira como tratou os incêndios na Amazônia brasileira.

Santa Cruz de La Sierra, onde os organizadores disseram que 1,5 milhão de pessoas se juntaram aos protestos de sexta-feira (4), abriga vastas extensões de florestas de Chiquitano. Elas foram nomeadas para os povos indígenas que habitam a região há centenas de anos.

Os manifestantes dizem que uma declaração de desastre da Bolívia removeria barreiras burocráticas à ajuda do exterior necessária para conter incêndios no país sul-americano empobrecido.

As autoridades não deram uma estimativa oficial do número de manifestantes na sexta-feira (4), mas um repórter local, que trabalha com a Agência Reuters, disse que cerca de 350.000 pessoas marcharam pela cidade.


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