28/09/2023 às 10h26min - Atualizada em 28/09/2023 às 10h26min

Lula e Campos Neto selam nova relação e terão reuniões periódicas

No encontro, não houve reclamações do presidente à taxa de juros.

Redação
CNN
Foto: Agência Brasil
Em um encontro que durou pouco mais de uma hora, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), estiveram reunidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. O encontro, que ocorreu sob um véu de reserva e discrição, sela uma nova relação entre o governo e o Banco Central, fortalecendo as relações institucionais, segundo reportagem da jornalista Thais Herédia, da CNN.
 
Na saída da reunião, Campos Neto dirigiu-se brevemente à imprensa, mas manteve-se discreto quanto aos detalhes das discussões. “Reunião boa, não Roberto?”, indagou Haddad ao ministro da Fazenda. “Muito, excelente”, respondeu o Campos Neto. A troca de palavras cordiais entre os dois foi breve, e eles se despediram na garagem do Palácio do Planalto.
 
Haddad foi o porta-voz da reunião junto à imprensa, destacando sua produtividade e cordialidade. “Reunião foi muito boa, muito produtiva, muito cordial. [Lula nos] recebeu bem, a conversa transcorreu muito bem. Eu penso que foi um encontro assim, institucional, de construção de relação, de pactuação em torno de conversas periódicas. Foi excelente”, declarou Haddad aos jornalistas.
 
O encontro entre Lula, Campos Neto e Haddad marca um momento significativo nas relações entre o governo e o Banco Central. O histórico de críticas por parte do presidente da República, seus ministros e aliados políticos ao chefe do BC trouxe uma alta sensibilidade à relação. No entanto, parece haver uma disposição para fortalecer a colaboração.
 
Um dos primeiros movimentos esperados é a ampliação das conversas entre o Banco Central e ministros do Palácio do Planalto, que até agora se mantiveram distantes. Campos Neto já atua há algum tempo defendendo pautas econômicas e opinando sobre projetos em debate no parlamento. Além disso, ele tem apoiado o ministro da Fazenda e a necessidade de aprovação de medidas para cumprir as metas fiscais do governo.
 
A aliança por pautas de interesse do governo também é esperada, ainda que de forma mais discreta, visando preservar a independência do BC “indicado por Bolsonaro”. No mercado financeiro, a reunião foi vista positivamente pelo aspecto institucional, já que a independência do Banco Central é um fator crucial em tempos de incerteza econômica internacional.
 
Com a piora do cenário internacional, com aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, instabilidade nos mercados e incerteza sobre o controle da inflação e o crescimento econômico, gestores consideram fundamental que o presidente da República mantenha um canal de comunicação aberto com o presidente do Banco Central para entender e acompanhar os efeitos dessas mudanças no Brasil.
 
O encontro, apesar de discreto, promete marcar o início de uma nova fase nas relações entre o governo e o Banco Central, com foco na estabilidade econômica e no fortalecimento das instituições financeiras do país. O comportamento dos governistas e ações futuras indicarão a profundidade dessa nova relação.
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