16/01/2023 às 12h00min - Atualizada em 16/01/2023 às 12h00min

Bolsonaro impôs 1.108 sigilos de cem anos, diz Transparência Brasil

A maior quantidade de sigilos de cem anos foi decretada em 2021: 342. O número é 11 vezes maior em relação a 2015 (27). O levantamento é da ONG Transparência Brasil.

Redação
Portal UOL
Pesquisa inédita avaliou os 1.379 sigilos decretados pelo governo federal entre 2015 e 2022 e descobriu que 80% deles foram impostos durante o governo Bolsonaro, as informações são do Portal UOL.
 
A maior quantidade de sigilos de cem anos foi decretada em 2021: 342. O número é 11 vezes maior em relação a 2015 (27). O levantamento é da ONG Transparência Brasil.
 
A análise não inclui os sigilos decretados entre maio de 2012 – quando a Lei de Acesso à Informação (LAI) passou a valer – e 2014 porque a Controladoria Geral da União (CGU), ainda sob Bolsonaro, não disponibilizou à ONG os sigilos anteriores a 2015.
 
Sigilos irregulares
O sigilo acontece quando o órgão público invoca um trecho do artigo 31 da LAI que restringe a divulgação de informações pessoais, sem interesse público. A análise concluiu que:
  • 37% dos sigilos impostos desde 2015 são indevidos;
  • Esse índice salta para 80% no governo Bolsonaro;
  • 413 das 513 negativas irregulares foram decretadas em seu governo.
O governo erra ou age de má-fé quando impõe sigilo total a documentos apenas porque nele há dados pessoais de alguém. Segundo a diretora de programas da Transparência Brasil, Marina Atoji, o órgão deveria dar acesso às informações públicas e só ocultar os dados pessoais do envolvido.
 
O recorde de sigilos indevidos foi em 2019 (140), primeiro ano de Bolsonaro na Presidência:
  • 2015: 9
  • 2016: 25
  • 2017: 19
  • 2018: 47
  • 2019: 140
  • 2020: 135
  • 2021: 79
  • 2022: 59
O ex-presidente impôs sigilos que vão do acesso de seus filhos ao Palácio do Planalto às reuniões do então presidente com pastores que negociaram verbas com prefeitos em nome do Ministério da Educação.
 
Diversos pedidos negados de acesso à informação se referiam à saúde do ex-presidente:
  • Exames da Covid-19;
  • Cartão de vacinação;
  • Afastamento para cirurgia;
  • Uso de cloroquina/ivermectina;
  • Uso de pseudônimo para exames.

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