31/10/2022 às 14h09min - Atualizada em 31/10/2022 às 14h09min

Em editorial, Le Monde, da França, diz que eleição de Lula é “alívio global”

Jornal francês destacou o governo desastroso de Jair Bolsonaro (PL) e os desafios que Lula (PT) terá pela frente.

Redação
O jornal francês Le Monde, em editorial publicado nesta segunda-feira (31), classifica a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência do Brasil como um “alívio global”.
 
O periódico destaca o governo desastroso de Jair Bolsonaro (PL) e diz que cabe a ele como uma última tarefa: reconhecer o resultado das urnas.
 
“A democracia falou no Brasil. No domingo, 30 de outubro, ela demitiu o atual presidente Jair Bolsonaro após um mandato de alvoroço e fúria exemplificado pelo tratamento abismal da pandemia da Covid-19, o saque da Amazônia, ataques à democracia e um fluxo constante de declarações racistas, sexistas e homofóbicas. Resta agora a este líder de extrema-direita, calado na noite das eleições, uma última obrigação para com o seu país: reconhecer publicamente a sua derrota e preparar-se para uma alternância pacífica no topo do Estado”, escreve o editorialista.
 
“Quanto mais cedo melhor, o homem que muitas vezes foi comparado ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não deve imitá-lo uma última vez, lançando-se em um desafio aos resultados que colocariam as instituições à prova. O tempo para uma campanha deletéria e particularmente virulenta já passou. Agora é a vez dos desafios que aguardam o vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva”, complementa.
 
A eleição deste domingo, segundo o texto, foi “uma das voltas ao poder mais espetaculares já feitas em um poder do tamanho do Brasil”.
 
O jornal destaca a dificuldade que Lula terá para encarar um país quebrado pelo bolsonarismo e com representantes desta corrente em setores do poder político.
 
“Essa ultrapassagem foi, sem dúvida, essencial, mas não impediu o enraizamento de um populismo agressivo e a transição do bolsonarismo militante para o bolsonarismo institucional, o que se confirma neste segundo turno da eleição. Enquanto a campanha presidencial destacou a vulnerabilidade do país às inverdades veiculadas pelas redes sociais e a influência de pastores evangélicos ultraconservadores, esse bolsonarismo já está presente em vigor no Congresso do Brasil, assim como em muitos estados do gigante sul-americano, começando pela mais rica, a de São Paulo, que agora será comandada por um ex-ministro do presidente derrotado”, conclui.
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