Pais acusam Bolsonaro de usar vídeo com a filha deles para fazer campanha sem autorização

Os pais de uma menina menor de idade que aparece em um vídeo publicado pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) na última quinta-feira (6) acusam o presidente de utilizar, sem autorização, a imagem da filha deles, e dos colegas de classe, também menores de idade, para fazer campanha política. A notícia é da coluna de Guilherme Amado, no site Metrópoles.
 
Na sexta-feira (7), os responsáveis pela criança, o cantor Milsinho e a servidora pública Carol Silva, registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal contra a escola CCI, que levou as crianças para o encontro com Bolsonaro. Os pais pedem ainda que o vídeo seja excluído das redes sociais de aliados do presidente.
 
Aliados de Bolsonaro publicaram nas redes o vídeo do presidente cercado de crianças, no Palácio do Alvorada, cantando a música “Mostra tua força Brasil” e vestidas com blusas da Seleção Brasileira.
 
Milsinho e Silva afirmaram que, além de não terem autorizado a gravação ou o compartilhamento do conteúdo, não foram comunicados pela escola que as crianças seriam levadas para o Palácio do Alvorada para encontrar o presidente.
 
Ao Metrópoles, Milsinho disse que autorizou a ida de sua filha a um passeio escolar, que, segundo o colégio, passaria por pontos turísticos de Brasília para gravar um vídeo para a Copa do Mundo. A escola pediu que os alunos vestissem uma blusa do Brasil.
 
“Eu e a mãe da minha filha mandamos ela com a blusa branca, porque não queríamos que associassem ela com política. Não é sobre ter lado, é sobre proteger minha filha, que não tem nem 10 anos. E aí eu descobri sobre o vídeo porque as pessoas vieram comentar comigo. Nós estamos muito tristes, nossa filha está sendo exposta mundialmente. Eu sinto que não consegui proteger minha filha”, afirmou.
 
O cantor disse que foi às redes sociais de aliados do presidente pedindo a retirada do vídeo, mas que não teve nenhum tipo de retorno.
 
“Nós tememos represálias, minha filha é negra, as pessoas estão matando pessoas por causa de cor de camisa e posicionamento político. A gente não quer que nossa filha passe por isso”, declarou Milsinho, que irá à Justiça contra a publicação do vídeo.