31/08/2022 às 10h29min - Atualizada em 31/08/2022 às 10h29min

Partido de Tarcísio repassa R$ 625 mil a campanha de acusada de ligação com PCC

Tarcísio afirmou em vídeo que vai “trabalhar junto” com Ely Santos. Ele estava ao lado do irmão de Ely, Ney Santos, suspeito de liderar a organização criminosa ligada ao PCC.

Redação
O Republicanos, partido do ex-ministro Tarcísio de Freitas, repassou R$ 625 mil de sua verba pública para financiar uma candidata a deputada federal em São Paulo que é ré acusada de lavar dinheiro para a facção criminosa PCC.
 
A candidata Ely Santos, hoje suplente na Câmara dos Deputados, responde a uma acusação de integrar organização criminosa e de lavagem de dinheiro na Justiça de São Paulo e chegou a ficar presa preventivamente por dois meses entre 2016 e 2017, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
 
Ela é irmã do prefeito cassado de Embu das Artes – SP, Ney Santos, também réu no processo e suspeito de liderar organização criminosa ligada à facção.
 
Ney, também filiado ao Republicanos, gravou vídeo com Tarcísio em julho, ainda antes de ser afastado da prefeitura, e tem se dedicado à campanha da irmã e do candidato ao governo.
 
Na gravação, Tarcísio, indicado para a disputa ao governo paulista pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), falou que irá “trabalhar junto” com Ely na Câmara dos Deputados e parabenizou o prefeito pelo trabalho na cidade.
 
Ely, 45, chegou a exercer o mandato de deputada por quatro meses a partir de novembro do ano passado. Em 2018, ela já havia recebido dos fundos eleitoral e partidário do Republicanos R$ 1,3 milhão, em valores não corrigidos. A candidata se apresenta como empresária e já teve cargo de secretária municipal.
 
Um dos elementos contra ela em denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) é o fato de ter dois números ativos de CPF. Segundo a acusação, foi uma estratégia para confundir autoridades em relação à abertura de empresas.
 
A denúncia afirma que Ely à época participava de negócios usados por Ney para lavar dinheiro do tráfico e o liga à facção PCC. Diz que ela teve função de laranja, assim como outras pessoas acusadas, para contornar bloqueios judiciais de bens do irmão.
 
O processo, aberto em 2016, teve pouca movimentação desde então, em meio a discussões sobre em qual jurisdição deveria tramitar.
 
Ney foi cassado por abuso de poder econômico na eleição municipal de 2020. Deixou o cargo há duas semanas por causa da decisão da Justiça Eleitoral, e um vereador aliado assumiu interinamente a prefeitura. Em 2021, ele tinha sido declarado inelegível por financiamento irregular na campanha de 2016.
 
O PCC tem sido tema nesta eleição de ataques de bolsonaristas contra partidos de esquerda. O próprio presidente Bolsonaro já fez alusão irônica ao grupo criminoso durante entrevista do ex-presidente Lula ao Jornal Nacional na semana passada.
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