23/11/2021 às 19h30min - Atualizada em 23/11/2021 às 19h30min

6 razões para evitar dar smartphones ou tablets para seu filho pequeno

A criança pode sim usar os aparelhos, o que não é aconselhável é que se torne um vício e que seja usado sem limite pela criança e pelos pais.

Janaina Spolidorio
É fácil e cômodo dar um aparelho para seu filho enquanto estão em um restaurante ou em uma festa, mas já pensou nas consequências que pode ter para ele – e para você! – permitir este uso desde muito pequenos?
Grande parte das crianças, ainda com dois anos de idade, são expostas a inúmeras horas de tela. A exposição chega a ser de quatro ou cinco vezes maior do que deveria. Veja a seguir algumas consequências que podem fazer você repensar o fato de entregar um aparelho ao seu filho, sem restrições:
  1. Mudança da relação de maternidade: até os dois anos de idade, o cérebro da criança triplica de tamanho. A voz dos pais, o toque e as brincadeiras serão responsáveis por formar vínculos afetivos.
  2.  Quando expostos aos aparelhos de modo excessivo, sua formação neural modifica. Concentração, autoestima e até mesmo a forma como vê outro humano podem ser prejudicadas.
  3. Maior probabilidade de vício: o aparelho pode se tornar o maior pai, educador e amigo de seu filho. Não é à toa. Ele mesmo pode, com um clique, entrar ou sair de algo. A decisão é dele, então ele começa a ter uma relação tão profunda com o aparelho, que pode levar ao vício. Não saberá ter controle de seus impulsos, não terá noção de moderação e não desenvolverá virtudes necessárias ao convívio como tolerância.
  4. Aumento da birra: o aparelho é quase como se fosse a chupeta, mas com maiores “diversões”. Assim como a chupeta serve para acalmar a criança, o aparelho pode ter a mesma função, mas em proporções maiores, portanto quando restringida do aparelho, a birra terá maiores proporções.
  5. Afeta a aprendizagem: o uso dos aparelhos pode diminuir ou atrasar o desenvolvimento sensório motor e também o ótico. Isso significa que a criança terá uma dificuldade muito maior na aprendizagem, inclusive na fase de alfabetização, produção de texto e interpretação. A distração da atenção e controle total do aparelho também acarretam falta de concentração, uso apenas de memória de curto prazo e afeta de forma expressiva a atenção.
  6. Restringe a reflexão sobre ações: a tela não tem expressão corporal, alteração de voz para entonar sentimentos e nem libera feromônios ( substâncias químicas que liberamos para fora do corpo e produzem reações na outra pessoa ). Todos esses elementos auxiliam o ser humano a ter relações com as pessoas que o cercam e a criança aprende a interpretar e usar com o tempo. Sem o uso desses elementos, fica difícil refletir sobre suas ações, porque ela não considera nem o impacto que tem nos colegas e pessoas de convívio. Desta forma, a educação da criança de forma social e mesmo pessoal ficam prejudicadas. 
Certamente há outras consequências, como desenvolvimento de agressividade, questões com obesidade pela inércia de movimentos e uma maior propensão a doenças de trato mental, como a depressão.
 
A criança pode sim usar os aparelhos, o que não é aconselhável é que se torne um vício e que seja usado sem limite pela criança e pelos pais. Antes de entregar, da próxima vez, um aparelho para seu filho durante a refeição em um restaurante, tente tornar a refeição um momento familiar, estreitando laços afetivos e familiares e aproveite a oportunidade para fazer a criança perceber e vivenciar este precioso momento. Faça o mesmo com outras ocasiões. Com certeza irá perceber o quanto irá mudar de modo positivo sua relação com ela. 

Janaina Spolidorio,  CEO Spolidorio Neuroeducação
 
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