O Hospital de Amor de Barretos – SP, instituição de referência no tratamento do câncer, estima que cerca de 300 pacientes por semana devem ser afetados pela paralisação na produção de insumos por parte do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
De acordo com Wilson Furlan Alves, coordenador do departamento de Medicina Nuclear do hospital, o último carregamento que a unidade recebeu permite a continuação do atendimento para esta semana. A partir da próxima semana, não há garantia da assistência.
Ele explica que a suspensão prejudica principalmente pessoas que precisam fazer algum tipo de exame, uma vez que o Tecnécio, utilizado para realizar a maioria das cintilografias, está entre os materiais adquiridos pelo hospital por meio do Ipen. Porém, o coordenador ressalta que outros materiais radioativos usados no tratamento de pacientes também podem faltar.
A suspensão na fabricação de radiofármacos e radioisótopos foi anunciada no último dia 14 de setembro pelo órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo federal.
A entidade alegou falta de verba após corte de 46% do valor repassado pela União. Na segunda-feira (20), um último carregamento dos produtos fabricados foi entregue.
No ano passado, o valor repassado ao órgão foi de R$ 165 milhões. Neste ano, até agosto, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões.