O ato a favor de Jair Bolsonaro (Sem Partido), que desafiou explicitamente o STF, reuniu 125 mil pessoas nesta terça-feira (7) na avenida Paulista, segundo estimativa da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
O número está bem abaixo do estimado pelos próprios organizadores da manifestação que, em reunião com a Polícia Militar (PM) no último dia 31 de agosto, afirmaram esperar entre 2 milhões e 3 milhões de participantes no protesto. O auge de público estimado pelo governo paulista neste 7 de Setembro corresponde a pouco mais de 6% do esperado pelos apoiadores de Bolsonaro.
Os 125 mil presentes, no entanto, encheram a avenida de manifestantes – ao longo do dia, 11 das 15 quadras da Paulista foram preenchidas por apoiadores de Bolsonaro.
Com cartazes golpistas que pediam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), a adoção do voto impresso e a instituição de um tribunal militar, manifestantes assistiram ao discurso no qual Bolsonaro ameaçou a Corte de golpe, incitou desobediência à Justiça e disse que só sai da Presidência morto.
Diversos cartazes estavam em inglês. Segundo manifestantes, é uma estratégia para mostrar ao mundo que o presidente do Brasil tem respaldo popular.
Além dos ataques ao Judiciário, também entraram na pauta dos discursos no caminhão e no chão mensagens contra o governador paulista João Doria (PSDB), ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à imprensa. Desde o início da tarde, manifestantes anunciavam aos gritos a presença de jornalistas e incentivavam hostilidade contra eles.
Na manifestação, a reportagem notou a presença massiva de crianças acompanhada de pais e familiares. Com cornetas, tintas verde e amarela e algumas com camisas do Brasil, elas gritavam “mito” e “Fora Moraes” enquanto o presidente discursava. Outras tiravam fotos, ao lado de outros adultos, com cartazes pedindo intervenção militar.
A minoria dos participantes usava máscara de proteção contra a covid-19. Muitas vestiam camisetas feitas especialmente para a ocasião, algumas delas indicando a cidade de origem. Grande parte menciona cidades do interior de São Paulo e do Paraná, que chegaram à capital paulista sobretudo em ônibus fretado.