09/01/2021 às 20h19min - Atualizada em 09/01/2021 às 20h19min

“Efeito de vacina só a partir de maio”, diz diretor do Butantan sobre queda nos casos de Covid-19 após vacinação

Dimas Covas disse que a redução dos casos positivos e das mortes será progressiva porque imunizante não impede infecção, mas gravidade. Ele participou de evento neste sábado (9), em Batatais - SP.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse, neste sábado (9), que a queda nos números de casos de Covid-19 e de mortes após a aplicação da vacina só deve ser percebida a partir de maio.

“Efeito de vacina só a partir de maio desse ano. Antes de maio, não teremos impacto de vacinação na pandemia. Vamos começar a ter diminuição de óbitos, progressiva, diminuições de internação, progressiva, mas isso só se vai sentir de fato a partir de maio”.

A declaração foi dada durante evento no Centro Universitário Claretiano, em Batatais - SP. Segundo Covas, o impacto não é imediato porque as vacinas que estão sendo usadas não impedem a doença, mas a gravidade dela.

“A vacina mais comum que nós usamos em termos de volume é a da gripe (...) Toma vacina e acha que não vai ter gripe. De fato, ele não vai ter o quadro grave de gripe, não vai ficar hospitalizado, não vai desenvolver pneumonia, mas vai ter sintoma. Esse é o efeito, ela impede a gravidade da doença. É assim essa vacina que nós vamos introduzir. Ela vai impedir a gravidade da doença, mas não vai impedir a infecção. No longo prazo, à medida que os casos vão diminuindo, que as pessoas vão sendo imunizadas até naturalmente pelo próprio vírus, a epidemia vai diminuindo”, afirmou.

O diretor disse ainda que após a imunização a ocorrência do Sars-Cov-2, vírus que provoca a Covid-19, se torne sazonal. Desta forma, Covas acredita que a vacina será incorporada ao calendário nacional.

A expectativa dele é que, a longo prazo, com o aprimoramento dos imunizantes desenvolvidos, seja necessária apenas uma dose por tempo determinado.

“Nesse momento, a hipótese mais provável é que ele permaneça e tenha ocorrência sazonal. Se o vírus se mantiver, precisará ser incorporado ao calendário nacional de vacinação. Se serão uma ou duas doses, essas vacinas ainda estão na fase inicial de desenvolvimento. Ainda são recém-nascidas. Ainda vai haver espaço para crescimento tecnológico dessas vacinas, desenvolvimento, aperfeiçoamento, até que lá na frente nós tenhamos uma vacina com excelente qualidade, com uma dose, uma dose a cada dez anos, por exemplo, que é o sonho de todo mundo que trabalha com vacinas”.


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