Domingo, 12 de maio de 2019, quando hackers enviaram uma mensagem à ex-deputada Manoela D'Ávila (PCdoB) - que entrou em contrato com o The Intercept Brasil - a 9 de junho do mesmo ano passado, data da primeira reportagem que foi ao ar, montou-se uma verdadeira “operação de guerra”, que levou a equipe a quase um colapso nervoso, conta o livro “Vaza Jato - Os Bastidores das Reportagens que Sacudiram o Brasil”, de Letícia Duarte, escrito em parceria com o The Intercept Brasil.
Na segunda parte do livro há uma seleção de matérias publicadas pelo The Intercept durante a série que ficou conhecida como “vaza jato”. Ao final, duas reportagens inéditas, editadas com exclusividade para o livro: uma sobre as relações dos procuradores com a Rede Globo, e outra sobre o dia da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O livro conta também que o The Intercept submeteu a redação e os profissionais da casa a um rígido sistema de segurança. Buscava-se impedir que um vazamento, mesmo involuntário, desse pretexto para que o Estado policial encontrasse um pretexto para mandados de busca e apreensão que acabassem colocando tudo a perder. Assim, era preciso proteger os próprios jornalistas de uma eventual ação truculenta; assegurar a incolumidade do arquivo para que pudesse ter a devida divulgação; e garantir que uma cópia do material ficasse em local seguro, fora do país.