08/07/2020 às 11h33min - Atualizada em 08/07/2020 às 11h33min

Fundador da Ricardo Eletro é preso em São Paulo em operação contra sonegação fiscal em Minas Gerais

De acordo com as investigações conduzidas pelo Ministério Público empresário participou de esquema para não pagar R$ 400 milhões em impostos.

Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro, foi preso em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (8), em operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Minas Gerais. A força-tarefa é composta pelo Ministério Público (MP), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil.

Por volta das 10h, Ricardo Nunes estava em uma delegacia de São Paulo - SP. De lá, embarcaria em um avião para Belo Horizonte - MG, escoltado pela força-tarefa.

A filha de Ricardo, Laura Nunes, também foi presa, na Grande Belo Horizonte. Há ainda um mandado de prisão em aberto para diretor superintendente da Ricardo Eletro, Pedro Daniel Magalhães, em Santo André - SP. Até as 8h, ele estava foragido. Um mandado de busca e apreensão foi expedido para Rodrigo Nunes, irmão de Ricardo.

A operação recebeu o nome de “Direto com o Dono”. De acordo com as investigações, aproximadamente R$ 400 milhões em impostos foram sonegados.

“O investigado se apropriou indevidamente do tributo. Em contrapartida, seu patrimônio só crescendo”, disse o delegado Vitor Abdala.

Além dos três mandados de prisão, a operação cumpre também 14 mandados de busca e apreensão. Em Minas Gerais, os mandados foram cumpridos nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima. Em São Paulo, há alvos na capital e em Santo André.

Ainda segundo Abdala, documentos, computadores e celulares foram apreendidos. O superintendente regional da Secretaria de Fazenda em Contagem, Antônio de Castro Vaz, disse que a empresa vinha omitindo recolhimento de ICMS há quase uma década.

De acordo com o MP, a rede de varejo cobrava dos consumidores, embutido no preço dos produtos, o valor correspondente aos impostos, mas não fazia o repasse. O órgão informou ainda que a empresa se encontra em situação de recuperação extrajudicial, sem condições de arcar com dívidas.

Os bens imóveis de Ricardo Nunes não estão registrados no nome dele, mas de suas filhas, mãe e de um irmão. Ainda segundo a força-tarefa, o crescimento do patrimônio individual do principal sócio ocorreu na mesma época em que os crimes tributários eram praticados, caracterizando lavagem de dinheiro.

Além dos mandados de prisão, a Justiça determinou o sequestro de bens imóveis de Ricardo, avaliados em cerca de R$ 60 milhões, para ressarcir danos causados ao estado de Minas Gerais.


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