Foto: Freepik Para muitos estudantes, o ato de estar em dia com a rotina escolar ou acadêmica não é uma tarefa fácil. Um dos grandes desafios que acompanha esse público, especialmente aquele que estuda online, é a procrastinação. Apesar do nome um pouco diferente, seu significado carrega um hábito bastante comum entre os indivíduos. Procrastinar é a ação de adiar algo, ou seja, deixar para depois aquela atividade que precisa ser feita.
A especialista Caroline Webb, em artigo para a Harvard Business Review, destaca que, de modo geral, o cérebro tende a ceder à procrastinação por conta de sua preferência por recompensas imediatas. Por isso, existem tantas dificuldades em executar atividades que precisam de esforços no presente em troca de benefícios apenas futuros.
O material explica que essa tendência ocorre porque o cérebro tem mais facilidade para processar informações concretas em vez de abstratas. Isso quer dizer que o desconforto imediato é mais percebido em comparação às vantagens futuras que, inúmeras vezes, podem ser consideradas indefinidas e incertas.
Fatores genéticos também podem influenciar a frequência com a qual algumas pessoas lidam com a procrastinação. Além disso, também podem contribuir para esse comportamento as características "negativas" de uma atividade, como ser mais complexa ou desagradável.
Toda essa dinâmica é estudada em detalhes no contexto do
curso superior em Psicologia, o que traz um entendimento mais amplo em relação aos padrões procrastinatórios e às estratégias para lidar com eles.
Procrastinação traz desafios e impactos no cotidiano acadêmico Com o objetivo de entender o perfil e as dificuldades dos estudantes brasileiros em relação a esse aspecto, o Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) fez uma pesquisa em seu site. Os resultados para a pergunta "você tem o hábito de procrastinar?" demonstraram que, dos 20.782 jovens entrevistados, entre 15 a 29 anos, 3,07% afirmam deixar tudo para ser feito na última hora.
O estudo ainda apontou que para 6,01% dos jovens, a procrastinação é recorrente, chegando a apresentar efeitos danosos no dia a dia. Isso porque, os estudantes relatam que se distraem com muita facilidade e acabam não conseguindo alcançar os próprios objetivos.
O tema ganhou tamanha proporção nos últimos anos que existe um centro de estudos sobre procrastinação na Universidade de Carleton, no Canadá. O diretor do centro, Tim Pychyl, estuda o assunto há mais de 20 anos. Em entrevista à imprensa, o psicólogo considerou que, a partir de suas análises, a procrastinação é um dos maiores problemas educacionais da atualidade.
O pesquisador também chama atenção para o fato de que é preciso estar atento para analisar como o ato de adiar tarefas se apresenta na vida das pessoas. Quando praticada em excesso, a procrastinação pode ter reflexos graves, como paralisar a vida do indivíduo, tanto na esfera do bem-estar mental quanto na saúde física.
Estratégias para não adiar os estudos e se dar bem no online A internet e todas as suas possibilidades podem ser facilitadores na vida das pessoas. Os cursos online, por exemplo, permitem que aqueles que não têm tempo ou recursos para estudar em instituições presenciais tenham acesso a diversas áreas do conhecimento. É importante ressaltar, contudo, que quando os cursos não são presenciais, é mais fácil cair na tentação de procrastinar.
Existem modalidades, como o
cursinho online pré-vestibular, que exigem atenção redobrada. O motivo é que cursos como esse demandam mais disciplina do aluno, pois o acompanhamento dos estudos não é feito tão de perto pelas instituições. Cabe a cada estudante organizar seus horários, estipular suas metas e fazer seu balanço de aprendizado, já que nesta etapa as avaliações não são um pré-requisito como no ensino regular.
Pesquisas mostram a importância do aluno estabelecer metas claras para seguir com os estudos e alcançar os seus objetivos. Segundo Tim Pychyl, uma saída é dividir a meta final, que é o grande desejo do estudante, em submetas.
Os resultados dos seus experimentos demonstraram a eficácia da estratégia, à medida que as atividades se tornam mais tangíveis. Sendo mais fácil cumpri-las, o retorno também é otimizado, o que aumenta a motivação – o grande combustível na jornada de estudos.
Gestão de tarefas Atualmente existem inúmeras
informações sobre a área de Tecnologia que podem auxiliar os estudantes a evitarem a procrastinação. Aplicativos como o Trello, por exemplo, ajudam os usuários a gerenciar as próprias tarefas, possibilitando a elaboração de
checklists, por exemplo.
Além de dividir as atividades, é necessário tomar decisões de acordo com o contexto, o nível de procrastinação e, principalmente, o autoconhecimento para identificar os próprios potenciais e limites na organização das atividades.
Organização Professores do Centro Universitário UniOpet, especialistas no assunto, elencaram ainda outras dicas para lidar com a procrastinação. A organização é a principal aliada nesse processo. Para mantê-la, vale recorrer a ferramentas como listas, planilhas e mapas mentais. Essas estratégias permitem uma melhor visualização e acompanhamento do que é preciso ser feito.
Categorização Nesse tópico, o foco é elencar as atividades de acordo com a sua natureza. Por exemplo, separar quais tarefas são mais urgentes e precisam de prioridade em relação às outras. A dica serve para ajudar a estabelecer uma ordem estratégica para o cumprimento dos itens.
Tempo Depois que as atividades estiverem elencadas e categorizadas, é importante analisar todas elas e estabelecer um tempo estimado para concluir cada uma.
Calcular esse prazo auxilia na produtividade e incentiva no cumprimento das atividades previstas.
Pausas estratégicas Os especialistas afirmam que muitas pessoas começam a procrastinar pela exaustão ou excesso de cansaço. Por isso, adicionar momentos de intervalos entre uma tarefa e outra impulsiona os estudos.
Fazer um intervalo de 10 minutos para respirar ar fresco, ir ao banheiro ou alimentar-se, por exemplo, pode ajudar o estudante a recuperar o fôlego e iniciar o próximo item do
checklist com mais disposição.
Manter o foco Manter o foco equivale a evitar distrações. Celulares, televisão ligada e barulhos estressantes podem tirar a atenção da atividade programada, diminuindo a eficácia da sua execução. Assim, para potencializar a rotina de estudos, é importante retirar ou minimizar tudo aquilo que pode atrapalhar.
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