07/07/2023 às 21h24min - Atualizada em 07/07/2023 às 21h24min

Aumento de casos de meningite: especialistas tiram 10 dúvidas comuns sobre a doença

A infectologista Vera Rufeisen e o neurologista Felipe da Graça, ambos do Vera Cruz Hospital, em Campinas – SP, falam sobre sintomas, tratamentos e diferenças entre os tipos da patologia.

Redação
Entre janeiro e junho deste ano, a Secretaria de Saúde de São Paulo, registrou 2.303 casos de meningite. Na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram confirmadas 1.869 pessoas acometidas pela doença, o aumento foi de 23%. Dentre as cidades, além da capital, com maiores índices, está Campinas – SP, ao lado de São Bernardo do Campo – SP, Santo André – SP e Guarulhos – SP.
 
Nestes primeiros seis meses de 2023 foram registradas 155 mortes em decorrência da doença, cujas maiores incidências estão nos municípios de São Paulo – SP, Guarujá – SP, Guarulhos – SP, Osasco – SP, Ribeirão Preto – SP e Santo André – SP. O índice de óbitos é 32,60% inferior ao do mesmo período de 2022, quanto foram registras 230 mortes.
 
O cenário merece atenção e, por isso, dois especialistas do Vera Cruz Hospital, em Campinas – SP, esclarecem as principais dúvidas sobre a doença: o neurologista Felipe da Graça e a infectologista Vera Rufeisen.
 

1. O que é meningite?
“A meningite é uma inflamação das meninges, que são estruturas que protegem e recobrem o cérebro, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central”, descreve o neurologista.
 
2. Quantos tipos de meningite diferentes existem?
A infectologista explica que “os dois tipos principais são os virais e os bacterianos, mas também existem aqueles transmitidos por protozoários, fungos, microbactérias, medicamentos, doenças autoimunes, dentre outros”. A letalidade, porém, está ligada às bacterianas.
 
3. Quais são as principais diferenças entre elas?
De acordo com a Vera Rufeisen, as meningites virais habitualmente apresentam quadros mais leves, autolimitados, e que não necessitam terapêutica específica, exceto as causadas pelo vírus da herpes, que demandam tratamento diferenciado.
 
Já as bacterianas meningocócicas (tipo B e C) e pneumocócicas, causadas pelo Haemophylus influenzae, geram quadros mais graves, que requerem imediato diagnóstico e terapia antimicrobia na apropriada. Por vezes, pode ser fatal ou deixar sequelas, tais como perda da audição e visão, problemas com memória, concentração, coordenação motora, equilíbrio, aprendizado e fala, epilepsia e paralisia cerebral.
 
4. Qual é considerada mais frequente?
“O tipo de maior incidência, neste momento epidemiológico, é o Meningococo tipo C, transmitido por contato próximo direto entre as pessoas, a menos de um metro de distância”, alerta Vera.
 
5. Quais são os principais sintomas deste tipo de meningite?
“Dor de cabeça intensa, febre, vômito e rigidez de nuca. Podemos ter, ainda, em casos mais graves, sonolência, confusão mental ou convulsões. Manchas vermelhas na pele também são frequentes”, lista Felipe da Graça.
 
“A febre alta e a dor de cabeça já são motivos suficientes para que a pessoa procure atendimento médico, pois o diagnóstico precoce pode evitar complicações e morte pela doença. Pais, mães e responsáveis por bebês precisam ficar atentos a irritação, falta de apetite e de resposta a estímulos, a moleira protuberante e reflexos anormais”, adiciona.
 
6. Como ocorre a transmissão de meningite?
“As virais e bacterianas ocorrem por via aérea, de pessoa para pessoa, por meio de gotículas, secreções do nariz e da garganta. Ou seja, pelo ar. Também pode ocorrer por meio de objetos/alimentos contaminados com patógenos (vírus, bactérias ou parasitas)”, explica o neurologista.
 
7. Como é feito o diagnóstico?
“Inclui avaliação médica, coleta do líquor (líquido que envolve o cérebro e a medula) e pode ser necessário exames de imagem como tomografia”, detalha Felipe.
 
8. Como a meningite é tratada?
De acordo com o neurologista, o tratamento varia de acordo com o tipo de meningite, desde medicações sintomáticas (usadas apenas para sintomas) e hidratação até necessidade de antivirais e antibióticos.
 
9. Por quanto tempo o tratamento deve ser feito?
“O tempo varia. Comumente entre 7 e 14 dias”
 
10. Como é possível prevenir?
“A prevenção inclui isolamento de casos suspeitos, etiqueta respiratória e vacinas”, orienta Vera.


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