26/01/2023 às 23h42min - Atualizada em 26/01/2023 às 23h42min

Governo Bolsonaro deixou vencer e queimou 370 mil doses de vacina da Covid, diz Saúde

A pasta também afirmou ter encontrado pelo menos quatro imunizantes com risco de desabastecimento.

Redação
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O governo de Jair Bolsonaro (PL) deixou vencer 370 mil doses de vacina contra a Covid-19 da Astrazeneca. As centenas de milhares de imunizantes tiveram que ser queimadas.
 
A informação foi compartilhada nesta quinta-feira (26) pelo atual diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti. Ele participava de reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes do ministério e das secretarias municipais e estaduais de Saúde.
 
Em 2021, o jornal Folha de S. Paulo já havia revelado que a gestão Bolsonaro deixou vencer uma série de medicamentos, vacinas, testes de diagnóstico e outros itens não relacionados à Covid, mas que, ao todo, eram avaliados em mais de R$ 240 milhões. Outra denúncia mostrou que o governo também perdeu cerca de 2 milhões de exames RT-PCR para Covid, avaliados em mais de R$ 77 milhões.
 
De acordo com Gatti, a gestão atual também encontrou ao menos quatro imunizantes com risco de desabastecimento:
  • BCG (aplicada em recém-nascidos para proteger contra a tuberculose);
  • Hepatite B;
  • Poliomielite (vacina oral);
  • Tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).
O ministério está tentando negociar com os fornecedores a regularização das entregas e detalhou as causas para a baixa oferta de cada imunizante. Confira abaixo.
 
BCG
  • Interdição da Fundação Ataulpho de Paiva, no Rio de Janeiro – instituição privada e sem fins lucrativos que produz a vacina;
  • Demora na entrega de doses compradas fora do País;
  • Ministério já conseguiu receber 2,5 milhões de doces e mais 2 milhões chegarão até o fim do mês.
Hepatite B
  • Cronograma está sendo negociado com o Instituto Butantan, que já está em tratativas com um parceiro privado.
Poliomielite
  • Cronograma está sendo negociado com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz);
  • Fundação teve um problema com o fornecedor de bisnagas, segundo o ministério.
Tríplice viral
  • Foram usadas mais doses em 2022 do que o previsto;
  • Cenário fez com que o estoque ficasse baixo;
  • 4 milhões de vacinas serão recebidas em fevereiro, segundo Gatti.

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