14/11/2022 às 11h51min - Atualizada em 14/11/2022 às 11h51min

Para Greenpeace, presença de Lula na COP27 aquece a retomada da liderança do Brasil na agenda climática

A expectativa é de que o futuro presidente se junte à Cúpula do Clima a partir da próxima quarta-feira e retome a promessa de zerar o desmatamento.

Redação
Foto: Nilmar Lage/Greenpeace – Área de floresta conservada no Distrito de Realidade. Humaitá, Amazonas

De 6 a 18 de novembro de 2022 acontece em Sharm El Sheikh, no Egito, a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – a COP27. A próxima e última semana desta edição do evento segue carregada de expectativas em relação à participação do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas agendas globais.

 

Ainda que Lula não tenha a caneta na mão para firmar acordos e compromissos oficiais, sua presença e de outros representantes do governo de transição poderá viabilizar importantes condições de interlocução e diálogo com financiadores e cooperadores internacionais – o que beneficiará não só os brasileiros, mas também a população mundial. Sua agenda na COP27 ainda não foi amplamente divulgada, mas existe grande expectativa em torno da recuperação da política climática pelo governo federal, sobretudo em relação a ações de combate ao desmatamento.

 

“A volta do Brasil ao ‘jogo climático’ vem aquecendo a esperança de que algumas discussões ganhem um aliado de peso nesta COP e sinaliza a disposição do próximo governo em retomar a liderança do Brasil nos esforços globais para o combate à crise climática”, afirma Daniela Costa, porta-voz de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.

 

Promessa de “desmatamento zero” gera expectativa
Em seu discurso de vitória, uma semana antes do início da conferência, Lula trocou a promessa de “fim do desmatamento ilegal” por uma promessa mais assertiva: a do “desmatamento zero”. Diante da urgência do país em acabar com a destruição da Amazônia, inclusive para evitar o ponto de não retorno do bioma, há grande expectativa em relação às agendas de Lula para discutir caminhos e soluções globais para zerar o desmatamento.

 

Nos mandatos anteriores em que Lula governou o país, houve um declínio significativo do desmatamento na Amazônia e o Brasil, pela sua forte diplomacia e pelo papel das florestas no combate a crise climática, teve relevante contribuição na construção do Acordo de Paris. Para Costa, a presença de Lula nesta COP27 é de extrema relevância e marca a retomada do Brasil na interlocução interna e externa na pauta do clima, que foi totalmente esvaziada durante o governo Bolsonaro.

 

“O Brasil sempre desempenhou um papel-chave nas discussões internacionais sobre clima, mas saiu desses últimos quatro anos com a imagem muito arranhada no exterior. O cenário já vem mudando desde as eleições e somente neste mês, já tivemos sinalizações positivas de países que querem retomar os investimentos na proteção da Amazônia, como a Noruega e a Alemanha. Ainda assim, temos muita lição de casa a fazer: precisamos de compromissos de mitigação, adaptação e perdas e danos muito mais ambiciosos do que temos hoje, garantir a participação efetiva da sociedade civil na construção e implementação da agenda climática e não só reverter radicalmente os retrocessos socioambientais do governo Bolsonaro, mas avançar, e muito. A Amazônia, o Brasil e o mundo não podem mais esperar”, finaliza Daniela Costa.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp