24/10/2022 às 10h39min - Atualizada em 24/10/2022 às 10h39min

Brasil tem média mensal de 78 mortes por meningite – saiba os perigos da doença e como se prevenir

Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou 5,8 mil casos de meningite em 2022, com 702 mortes.

Redação
A meningite é uma doença perigosa e que apresenta crescente desafio para os profissionais da saúde. Em São Paulo – SP, por exemplo, causou 10 mortes neste ano e as regiões de Aricanduva e Vila Formosa apresentam surtos da doença.
 
Apesar de parecer um número baixo, os critérios de avaliação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) são suficientes para esta classificação. Segundo a entidade, três casos em 90 dias configuram surto – principalmente por causa da gravidade da doença.
 
O avanço da meningite não se restringe à capital paulista. Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil foram registradas 702 mortes causadas pelos principais agentes causadores da meningite em 2022 – média de 78 por mês, superando os 66 óbitos mensais do ano anterior.
 
Por se tratar de uma doença contagiosa e com potencial de causar graves sequelas e até morte, autoridades sanitárias ligaram o sinal de alerta para reforçar a prevenção contra a doença. Afinal, já foram registrados 5,8 mil casos no país em 2022.
 
O que é a meningite e quais os sintomas
O termo meningite expressa um processo inflamatório das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, chamadas de meninges. Ela pode ser causada por diversos patógenos como fungos, vírus, bactérias e até parasitas.
 
Seus principais sintomas são dores de cabeça intensas (cefaleias), náuseas, febre alta, rigidez no pescoço, convulsões, confusão, sonolência excessiva, hipersensibilidade à luz e manchas vermelhas no corpo. Mas nem sempre todos os sinais e sintomas estão presentes. No caso dos bebês e crianças menores, é importante ficarmos atentos ao choro intenso, maior irritabilidade, dificuldade para mexer a cabeça e tensão na moleira.
 
Além disso, o diagnóstico precisa ser feito rapidamente para evitar que a doença evolua com sequelas permanentes como amputação de membros, paralisias, convulsões, atraso do desenvolvimento, surdez ou leve à morte.
 
Os principais tipos de meningite são:
  • Meningite viral: causada por vírus e mais comum no período do verão. Considerada mais leve e com menos gravidade do que a bacteriana, seus principais agentes transmissores são os enterovírus, o vírus da herpes e o vírus Epstein-Barr.
  • Meningite bacteriana: com maior incidência em crianças e idosos, ela é causada principalmente pelas bactérias Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis. Possui taxa de letalidade  de 20%;
  • Meningite causada por fungos: atinge pessoas com sistema imunológico comprometido e doenças crônicas, sendo causada por fungos principalmente como o Aspergillus sp, Candida sp, Cryptococcus sp, Coccidioides sp;
  • Meningite causada por parasitas: não são transmitidas entre pessoas, sendo causada pela ingestão de alimentos contaminados. Pode ser causada por parasitas como o Angiostrongylus cantonensis – presente em caramujos, caracóis e lesmas.
Diagnóstico e tratamento da meningite
Caso o paciente tenha qualquer um dos sintomas citados anteriormente, é crucial procurar atendimento médico o mais rápido possível. 
 
Para diagnosticar a meningite, é necessário avaliação médica cuidadosa precoce. Além disso, para identificação do agente causador da meningite e diagnóstico definitivo, é necessário fazer a análise do líquido cefalorraquidiano, o líquor (LCR), aquele famoso exame coletado na coluna lombar do paciente.
 
Mesmo antes da confirmação da meningite, o paciente deve ser internado para iniciar o tratamento, pois o antibiótico precoce é necessário. As medicações utilizadas variam de acordo com a suspeita do agente causal, podendo haver o uso de antibióticos, antivirais e até antifúngicos. Analgésicos e anti-inflamatórios costumam ser usados para alívio das dores no decorrer do tratamento, que exige o acompanhamento regular de um médico.
 
Como é a contaminação – e a prevenção – da meningite
Por se tratar de uma doença infecciosa, podem ser transmitidas com maior facilidade através de gotículas de saliva.  Entre as principais medidas para a prevenção da meningite estão evitar o contato com pessoas doentes, o uso de máscaras, lavar as mãos regularmente, evitando tocar os olhos e boca e fumar. Além disso, a vacinação é a maneira mais eficiente de prevenção.
 
Como funciona a vacinação para a meningite
Para combater o avanço da meningite, as autoridades sanitárias estão investindo nas campanhas de vacinação. São seis tipos de imunizantes disponíveis, todos com segurança e eficácia atestadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm):
 
1. Vacina meningocócica B
Recomendada para crianças com idade acima de dois meses e adultos com idades até 50 anos, a vacina meningocócica B previne a doença pela Neisseria meningitidis. A orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações, o recomendado são duas doses – a primeira aos três meses de vida e a segunda aos cinco meses de vida, com reforço entre 12 a 15 meses. 
 
Vale ressaltar que o esquema vacinal varia de acordo com a idade da primeira aplicação. Por exemplo, adolescentes e adultos devem tomar duas doses, espaçadas por e dois meses e sem reforço.
 
2. Vacina conjugada contra Haemophilus influenzae b
A vacina pentavalente e hexavalentes possuem proteção contra a (Haemophilus influenzae b - Hib).
 
3. Vacina pneumocócica conjugada 10-valente
Recomendada para crianças com idades entre dois meses a menores de seis anos, a vacina pneumocócica conjugada 10-valente está disponível no Serviço Público e indicado duas doses com dois meses de intervalo, aos 2 e 4 meses de vida, , com um reforço aos 12 meses (2 + 1 reforço). determinados casos.
 
4. Vacina pneumocócica conjugada 13-valente
Outro imunizante para crianças de até cinco anos de idade, que previne doenças causadas pelo S. pneumoniae e amplia a proteção contra a bactéria é a  vacina pneumocócica conjugada 13-valente, indicada em 3 doses, aos 2, 4 e 6 meses de vida, com reforço entre 12 e 15 meses (3 + 1 reforço). Lembrando que só está disponível nas clínicas privadas de vacinação. 5. Vacina meningocócica C.
 
Vacina disponível no Serviço Público de Saúde para crianças aos 3 meses, 5 meses de vida e reforço entre 12 e 15 meses, previne a doença causada pela Neisseria meningitidis do tipo C.
 
6. Vacina meningocócica ACWY
Indicada para crianças a partir de dois meses, ela oferece proteção maior à Neisseria meningitidis por proteger contra outros sorotipos do meningococo além do sorotipo C, como também os tipos A, W e Y. 
 
Para proteção adequada dos três sorogrupos adicionais, deve-se adotar o esquema recomendado pelo fabricante para a idade do início, independente da vacinação prévia com MenC.
 
Vale ressaltar que para proteção contra a doença é necessário manter todas as vacinas em dia, além de manter boas medidas de higiene e evitar aglomerações. 
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