11/10/2022 às 18h01min - Atualizada em 11/10/2022 às 18h01min

CROSP celebra o Dia das Crianças

Nesta data, saiba quais desafios envolvem a descoberta do universo da Odontologia e como apresentá-lo aos pequenos.

Redação
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
Além de brinquedos, o Dia das Crianças é a data ideal para lembrar sobre a importância de levar os pequenos ao Odontopediatra logo cedo. A tarefa não é fácil e, por isso, requer cuidado e atenção.
 
Para a Cirurgiã-Dentista, Odontopediatra e membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dra. Patrícia Valéria Cunha Georgevich, um dos maiores desafios da Odontopediatria está relacionado à insegurança da criança em relação aos primeiros encontros.  “Essas primeiras idas ao consultório odontológico são mais delicadas, uma vez que o profissional trará algo novo para a rotina do paciente, que normalmente vem bastante inseguro, o que, aliás, é bastante comum”.
 
A importância da companhia
Dra. Patrícia explica que para driblar essa insegurança é importante inserir aos poucos a criança no mundo da Odontologia. Para ajudar neste processo, ela estabelece que a companhia de alguém próximo é fundamental. “Ela nunca deve entrar sozinha na primeira visita, pois o consultório odontológico é muito grande diante de uma criança. Se abaixarmos e olharmos para cima vamos ver que é tudo muito maior. É tudo feito para um universo adulto e elas enxergam tudo muito grande, daí surgem indagações como: eu vou sentar nessa cadeira?”.
 
Portanto, a companhia das pessoas com as quais a criança tem maior segurança é imprescindível. A Odontopediatra reforça que os pequenos precisam estar acompanhados por aquelas pessoas com as quais eles tenham convívio diário, como pais, mães, o avô ou avó ou babá.
 
Momento de descobertas
Além disso, a Odontopediatra explica que o segundo passo para vencer os desafios consiste em apresentar de maneira lúdica o consultório, os instrumentos e as suas funções. “Eu trabalho muito com o sugador, comento com a criança que é a tromba do elefante que vai puxar a água da boca - a saliva - e que tem uma duchinha lavando os dentinhos, por exemplo, quando uso a tríplice”. Dra. Valéria comenta que muitas vezes durante essa apresentação são percebidos olhares mais curiosos pelas crianças.
 
A idade cronológica também é um fator essencial levantado pela especialista, pois de acordo com ela ajudará a definir qual tipo de linguagem será usada para conversar.  “A linguagem que o Odontopediatra vai trazer deve estar de acordo com a idade e intelecto da criança. Ela é essencial para entrar neste universo lúdico e manter a criança motivada durante essa experiência de atendimento”.

Lidando com os medos
O medo e o incômodo provocados por alguns instrumentos, como o motorzinho (alta e baixa rotação) e a aplicação de anestésico, também fazem parte do processo de descobertas durante as primeiras consultas.
 
O diálogo com a criança é sempre o melhor caminho, aponta a Odontopediatra. Explicar o motivo do uso de cada um destes recursos e os efeitos que cada um provocará é fundamental, segundo a especialista. “No caso da anestesia, eu explico que ela vai fazer a boca adormecer e que vai incomodar “sim” um pouquinho, no início. É importante ser sincero com a criança e não mentir, pois assim se estabelece uma boa relação de confiança”. 
 
Dra. Patrícia ressalta ainda que o bom relacionamento e a conquista da confiança são um processo progressivo, que se inicia desde a primeira consulta.  
 
Fada dos dentes
A ansiedade também é um fator importante por parte dos pais e das crianças, especialmente quando se trata da troca dos dentes. A fada dos dentes aparece muito neste contexto, segundo Dra. Patrícia. “Vivemos num mundo comparativo, as crianças comparam muito a perda dos seus dentes com a de outras crianças. Questionam por que o dente delas ainda não caiu. Neste momento, eu explico que cada um tem um tempo diferente e que o dela vai cair também. Outras não querem perder o dente com a justificativa de que o dentinho é delas”.
 
Já a ansiedade por parte dos pais diz respeito à formação dos dentes e se está tudo de acordo. Para trabalhar a ansiedade de todos, a especialista conta que durante a consulta explica à criança que ela está ali para verificar como está a fala, se está mastigando direitinho e como está lá dentro do mundo da boquinha. “Vamos conversando todos juntos. Pais e crianças participam da consulta, que se torna um assunto familiar. É uma consulta bem gostosa, pois eles contam, fazem sempre comparações e percebem que o Cirurgião-Dentista faz parte de um mundo necessário também na sua rotina”. 
  
Cuidado precoce
O atendimento voltado às crianças ainda na primeira fase da vida faz parte da rotina de muitos Odontopediatras. De acordo com a Dra. Patrícia, quanto mais cedo esses cuidados forem iniciados, melhores serão os reflexos para a saúde geral.
 
A presença do bebê junto à mãe no consultório permite que o profissional avalie o tecido mole (mucosa oral), como estão os freios labiais e linguais, as formas dos arcos dentários, a formação dos dentes e a postura da língua, bem como outras observações do conhecimento do Cirurgião-Dentista. “Temos gestantes e mães com bebês de colo que comparecem ao consultório, sejam elas encaminhadas por pediatras ou porque já têm essa informação de que é importante a visita do bebê ao Cirurgião-Dentista”.
 
Oportunidade de mais contato
Outro tema importante é a quanto à alimentação do bebê. Muitas mães, segundo ela, perguntam se o leite materno causa cárie. “O leite materno de modo algum causa cárie, ao contrário do leite industrializado. O que causa cárie é quando o bebê continua sendo amamentado e já faz uso de produtos industrializados sem uma rotina de higiene efetiva. É importante ressaltar que amamentação é um momento único de doação e conexão entre mãe e bebê, em que há, além de desenvolvimento físico, o nutricional, imunológico e emocional”.
 
Neste contexto, a Odontopediatra chama a atenção para um outro aspecto da higienização, a qual permitirá a saúde da boca, mas também o contato entre pais e filhos. “Esse momento de cuidar dos dentes dos filhos também é a conexão emocional e educativa. Há mães, por exemplo, que têm sua rotina profissional intensa e não conseguem ficar com a criança no dia a dia. É legal que ela faça pelo menos um dos momentos de higiene com a criança, assim é um outro momento de troca que começou desde a amamentação”.
 
Crianças especiais
A Odontopediatra chama a atenção também para o atendimento direcionado às crianças com necessidades especiais. De acordo com ela, o conhecimento sobre a realidade e o mundo no qual a criança está inserida; onde ela vive, como é o modo de vida; se é cuidada pelos pais, avós ou instituições; se possui alteração apenas física ou cognitiva; além dos cuidados relacionados à alimentação e higiene, são fatores fundamentais. “Algumas questões sociais são importantes e vão facilitar e proporcionar um diagnóstico mais preciso”.
 
Dra. Patrícia acrescenta que o tratamento dessas crianças inclui uma dinâmica com uma equipe multidisciplinar, como fonoaudiólogo e nutricionista.  “As crianças especiais merecem um carinho especial, elas estão ali, de olho e tem a mesma ansiedade. Ela pode ter uma paralisia, por exemplo, mas tem a mesma ansiedade para ser cuidada e às vezes até mais”.
 
Remoção de hábitos
Outra preocupação recorrente por parte das mães nos consultórios odontológicos diz respeito aos hábitos deletérios e como removê-los, como o uso de chupetas, mamadeiras, dedos, “naninhas” e roer unhas. As mães querem saber qual a idade correta para retirá-los e como fazê-lo.  Neste ponto, Dra. Patrícia sugere que a mãe trabalhe a conscientização acerca do hábito junto à criança. “É importante que a criança entenda que esse hábito já não é mais necessário e não está mais de acordo para o papel social dela. Uma alternativa é o trabalho multidisciplinar com os psicoterapeutas”.
 
A especialista conclui enfatizando que a jornada na clínica odontológica desde a infância tem um papel fundamental para saúde, tanto nos aspectos físicos como emocionais. “Só temos benefícios, com a possibilidade de implementar um tratamento preventivo menos invasivo e ainda que promova o desenvolvimento psicoemocional. As emoções despertadas nas consultas com os Odontopediatras marcam histórias de vida”.
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