O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia. O levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que em 2017, enquanto o Brasil teve 26.875 casos, a Índia teve 126.164. Na última década, foram registrados cerca de 30 mil casos novos por ano no país.
No ano de 2003 foi registrado no Brasil o pico da doença, com 51.941 casos. Por isso, em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a doença no país. Sandra Durães, coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), disse na quinta-feira (23) que a doença acomete as populações negligenciadas.
Ela ainda ressalta que o alvo são populações com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Embora o Brasil esteja entre as maiores potências econômicas, ainda apresenta grandes desigualdades. “Isso também se demonstra pela incidência desigual no país”, coloca. O maior número de casos ocorre nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, enquanto o Sudeste e o Sul ocupam os quarto e quinto lugares, respectivamente.
Durães ainda ressaltou que a hanseníase não afeta somente populações vulneráveis. Pessoas de níveis econômicos elevados também estão sujeitos a ter a doença. “Mas a maioria ocorre em populações de nível socioeconômico mais baixo”, explicou.
