09/09/2022 às 17h04min - Atualizada em 09/09/2022 às 17h04min
Ex-subprefeita da Lapa é presa pela polícia de São Paulo por decisão da Justiça e se torna ré acusada de extorsão
Fernanda Galdino foi detida nesta sexta-feira (9). Seu ex-coordenador Rogério Marin e Agnaldo Biasoli, que intermediava contatos de comerciantes com a Subprefeitura da Lapa, também se tornaram réus pelo mesmo crime. Os 3 estão presos. Segundo MP, grupo vendia alvarás, cobrando R$ 30 mil.
Redação
A ex-subprefeita da Lapa, Fernanda Galdino, foi presa preventivamente nesta sexta-feira (9) pela Polícia Civil por decisão da Justiça de São Paulo, que a tornou ré acusada por extorsão. O Ministério Público (MP) a denunciou e outras duas pessoas acusadas de usarem a estrutura da Subprefeitura da Lapa para venderem alvarás e cobrarem propinas de comerciantes.
Além de Fernanda, também se tornaram réus pelo mesmo crime seu ex-coordenador de planejamento, Rogério Marin, e Agnaldo Biasoli, que não é funcionário público, mas, segundo MP, se apresentava como um intermediário que facilitava a expedição de alvarás para a realização de eventos na região.
Fernanda e Rogério haviam sido exonerados dos cargos pelo prefeito de São Paulo – SP, Ricardo Nunes (MDB), no último dia 24 de agosto, um dia após a prisão do então coordenador de planejamento durante operação do Ministério Público. Naquela ocasião, Agnaldo também tinha sido detido.
Desde então, o coronel da Polícia Militar (PM) Marcus Vinícius, que foi corregedor da PM, assumiu o cargo como subprefeito da Lapa.
Investigação Rogério havia sido preso em 23 de agosto pela Polícia Civil após ser denunciado por vítimas de extorsão. Na casa dele, a investigação encontrou R$ 20 mil.
Além dele, também foi preso Agnaldo naquela ocasião. Com ele, foram encontrados 12 mil dólares.
Fernanda foi presa nesta sexta-feira, em Guarulhos – SP, dias depois de a polícia ter cumprido mandados de busca e apreensão em sua casa e na Subprefeitura da Lapa.
De acordo com o Ministério Público, as vítimas denunciaram que Rogério e Agnaldo exigiam propina para autorizar a realização de eventos, como festas de rua e feiras temáticas, principalmente no bairro da Pompeia, Zona Oeste de São Paulo.
Os valores exigidos chegavam a R$ 30 mil, segundo a investigação. Segundo os promotores, o alvará do evento só era liberado após o pagamento.
“As vítimas procuraram dando conta dessas exigências da impossibilidade da realização desses eventos e das dificuldades que vinham ocorrendo de uma forma sistemática na subprefeitura após a mudança da gestão que é recente, um ano e pouco para cá, e justamente após isso que começaram a aparecer os problemas”, afirmou o promotor Rodrigo Mansour Magalhães, do Grupo Especial de Atuação e Repressão Contra Crimes Econômicos.
E como Fernanda e Rogério eram funcionários da subprefeitura da Lapa, eles cometeram concussão, que é o crime quando o agente público tenta extorquir o contribuinte, como receber algo em troca da liberação de alguma licença ou alvará.
A ex-subprefeita foi detida no âmbito da Operação Vesúvio, da Polícia Civil, coordenada pela delegada Ivalda Aleixo, da Divisão de Capturas do Departamento de Operação Policiais Estratégicas (DOPE).
A investigação começou após a denúncia de comerciantes da região da Pompéia, que denunciaram o esquema criminoso para obtenção de alvarás para as autoridades e para o vereador Delegado Palumbo (MDB).