06/04/2022 às 16h32min - Atualizada em 06/04/2022 às 16h32min

Governo de Jair Bolsonaro (PL) ofereceu cargos pela morte de ex-PM Adriano da Nóbrega, diz irmã

Acusado de ser líder da maior milícia do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega foi morto em 2020 durante operação policial na Bahia.

Redação
Uma conversa telefônica interceptada pela Polícia Civil mostra a irmã do ex-policial militar Adriano da Nóbrega acusando o governo de Jair Bolsonaro (PL) de oferecer cargos comissionados para que o ex-capitão fosse morto.
 
Acusado de comandar a maior milícia do Rio de Janeiro e de ter envolvimento no esquema das “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL), o ex-PM fugiu por dois anos, até ser encontrado e executado no dia 9 de fevereiro de 2020. durante uma operação policial na Bahia.
 
A conversa, obtida pelo jornal Folha de S. Paulo, se deu dois dias após a morte de Adriano. No áudio, Daniela Magalhães da Nóbrega diz a uma tia que soube de uma reunião no Palácio do Planalto em que manifestaram o desejo de que o ex-PM se tornasse um “arquivo morto”.
 
“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo”, disse na gravação autorizada pela Justiça.
 
A gravação faz parte das escutas realizadas pela polícia no âmbito da Operação Gárgula, que, há mais de um ano, investiga um esquema de lavagem de dinheiro e a estrutura de fuga do ex-miliciano.
 
“Ele falou para mim que não ia se entregar porque iam matar ele lá dentro. Iam matar ele lá dentro. Ele já estava pensando em se entregar. Quando pegaram ele, tia, ele desistiu da vida”, disse Daniela.
 
Relação entre Adriano e família Bolsonaro
O ex-PM tem o nome ligado a Jair Bolsonaro desde 2005, quando o então deputado criticou, em discurso na Câmara, a condenação de Adriano pela morte de um flanelinha numa operação policial.
 
Dois anos depois, em 2007, a então mulher de Adriano, Daniella Mendonça, passou a trabalhar no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio de Janeiro – RJ. Em 2016, a mãe de Adriano assumir um cargo no mesmo lugar. As duas também são acusadas de envolvimento no caso da “rachadinha”.
.
Luiz Carlos Felipe Martins, conhecido como ‘Orelha’ e suposto braço direito de Adriano , já teve uma conversa interceptada em que cita a relação de Adriano e Bolsonaro.
 
Orelha foi morto em uma emboscada no dia 20 de fevereiro de 2020, dois dias antes do cumprimento de mandados de prisão e busca da Operação Gárgula. A polícia ainda não esclareceu a causa do homicídio.
 
Procurados, o Palácio do Planalto e a defesa de Daniela não se posicionaram sobre o conteúdo das escutas.
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp