16/12/2019 às 12h36min - Atualizada em 16/12/2019 às 12h36min

18 vereadores de Uberlândia são presos em operação do MP

Presidente da Câmara Municipal é um dos alvos; um vereador já estava preso e outro cumpria prisão domiciliar. Do total de 40 alvos de prisão, 20 são de vereadores. Investigação mira suspeita de desvio de verbas de gabinete.

Operação do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) prendeu 18 vereadores de Uberlândia - MG, na manhã desta segunda-feira (16). Outros dois ainda eram procurados pela polícia no início da tarde.

A ação do MP apura desvio de verbas de gabinete e também incluiu mandados para prender outras 20 pessoas, entre funcionários e assessores da Câmara Municipal e donos de gráficas .

A Câmara de Uberlândia tem 27 cadeiras. Dos 27 vereadores eleitos nas eleições de 2016, somente 5 não foram alvos da operação desta segunda-feira, além de outros 3 suplentes empossados recentemente no lugar de parlamentares já afastados.

Entre os investigados estão o presidente da Câmara, Hélio Ferraz, o Baiano (PSDB), que foi preso. Também estão na lista dos vereadores alvos de mandado de prisão os vereadores afastados Juliano Modesto (SD) e Alexandre Nogueira (PSD) - o primeiro já estava preso, e o segundo cumpria prisão domiciliar e foi levado para a delegacia.

Para os três, o mandado é de prisão preventiva. Para todos os demais, prisão temporária.

Até por volta de 10h45, 18 vereadores já estavam presos e dois ainda não haviam sido localizados - o nome deles não foi divulgado. Das outras 20 pessoas alvos dos mandados, 15 já estavam presas às 10h45. Foram expedidos, ainda, 42 mandados de busca e apreensão, inclusive na Câmara.

O grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-MG, responsável pela ação, informou que a operação investiga desvio de recursos da verba indenizatória de gabinete da Casa, por meio de uso de notas fiscais frias de gráficas.

“Tivemos nesses últimos três anos 17,5 milhões de informativos impressos por esses vereadores, que corresponde a 35 informativos por eleitor. Obviamente esse número é irreal, se fizer pesquisa percebemos que muitas pessoas nas ruas não receberam informativos”, disse o promotor de Justiça Daniel Marotta Martinez.

Ainda segundo o promotor, durante a operação “O Poderoso Chefão”, o dono de uma gráfica afirmou ter uma empresa de fachada utilizada para desvio de verbas indenizatórias. Com base nestas informações, o Gaeco começou a verificar quais outras gráficas eram utilizadas pelos parlamentares já presos.

“De janeiro de 2017 a dezembro de 2019 os vereadores gastaram mais de R$ 4 milhões em serviços de impressões. Constatamos que essas gráficas não tinham capacidade de prestar esse tipo de serviço que estão nas notas. Não se compravam insumos usados. Algumas funcionam, sim, regularmente, mas não compravam material suficiente dos descritos nas notas fiscais. As notas são rigorosamente do mesmo valor para vereadores diferentes”, explicou.

Veja o nome dos vereadores investigados nesta operação:

  • Alexandre Nogueira (PSD) - AFASTADO
  • Ceará (PSC)
  • Doca Mastroiano (PL)
  • Dra. Flavia Carvalho (PDT)
  • Dra. Jussara (PSB)
  • Felipe Felps (PSB)
  • Hélio Ferraz, Baiano (PSDB) - Presidente da Câmara
  • Isac Cruz (Republicanos)
  • Juliano Modesto (SD) - AFASTADO
  • Marcio Nobre (PSD)
  • Pâmela Volp (PP)
  • Paulo César PC (SD)
  • Ricardo Santos (PP)
  • Rodi (PL)
  • Roger Dantas (Patriota)
  • Ronaldo Alves (PSC)
  • Silésio Miranda (PT)
  • Vico (Sem Partido)
  • Vilmar Resende (PSB)
  • Wender Marques (PSB)


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