30/09/2019 às 19h22min - Atualizada em 30/09/2019 às 19h22min

Trump pressionou premiê australiano por informações contra investigação de Robert Mueller, diz New York Times

Segundo o jornal, presidente queria ajuda para que procurador geral William Barr abra inquérito para desacreditar investigação sobre interferência russa em eleição de 2016. É a segunda vez que Trump é acusado de pressionar líder estrangeiro; caso com Ucrânia gerou pedido de impeachment.

O presidente dos EUA, Donald Trump, teria pressionado o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, para que ele ajudasse o procurador geral americano William Barr a reunir informações para um inquérito que Trump acredita que possa desacreditar a investigação conduzida por Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016.

A informação, atribuída a dois funcionários do governo americano que conhecem o conteúdo do telefonema entre Trump e Morrison, foi divulgada nesta segunda-feira (30) pelo jornal New York Times.

Ainda segundo o jornal, a Casa Branca restringiu o acesso à ligação a um pequeno grupo de assessores do presidente.

Atualmente, Trump é alvo de um inquérito de impeachment na Câmara dos Deputados por, supostamente, ter pressionado o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que esse colaborasse com uma investigação contra o filho do pré-candidato democrata Joe Biden.

A matéria do NYT ressalta que, em ambos os casos, Trump usou o procurador geral William Barr como parceiro em um esquema envolvendo líderes estrangeiros para tentar obter benefícios pessoais.

O relatório do ex-procurador geral Robert Mueller sobre possíveis laços entre a Rússia e a campanha de Trump não mencionou diretamente a Austrália, mas confirmou que o país teve um papel central na origem da investigação original.

Os documentos dizem que informações de um “governo estrangeiro” levaram o FBI a “abrir uma investigação se indivíduos associados à campanha de Trump estavam coordenando com o governo russo em suas atividades de interferência”, lembra o jornal.

Recentemente, porém, uma série de teorias de conspiração associando a Austrália e a investigação tem sido divulgada por aliados de Trump no Congresso e comentaristas da Fox News, e em mensagens de George Papadopoulos (ex-assessor de campanha de Trump, que chegou a ser preso), de acordo com o New York Times.

Segundo essas teorias, a administração Obama teria infiltrado um espião australiano na campanha de Trump como parte de uma operação para tentar eleger Hillary Clinton.

Em abril deste ano, William Barr gerou controvérsia ao afirmar, durante um depoimento no Congresso, que parte da investigação sobre a Rússia envolveu “espionagem” na campanha de Donald Trump e que houve um “fracasso entre um grupo de líderes nos escalões superiores” da comunidade de inteligência.

Mais tarde, Barr anunciou que iria rever as origens da investigação sobre a Rússia conduzida por Mueller, e Trump respondeu que estava “tão orgulhoso de nosso procurador-geral por ele estar investigando isso”.


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