20/11/2021 às 02h41min - Atualizada em 20/11/2021 às 02h41min

PSB condiciona Alckmin vice de Lula a cabeça de chapa em 5 estados

Alckmin, que tem conversado com uma série de partidos, procurou integrantes do PSB nos últimos dias e sinalizou que toparia entrar na sigla para ser vice de Lula.

Redação
Caciques do PSB discutiram priorizar a filiação de Geraldo Alckmin (PSDB) para que ele seja candidato a vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva desde que o PT apoie a legenda em cinco estados prioritários nas eleições de 2022.
 
Alckmin, que tem conversado com uma série de partidos, procurou integrantes do PSB nos últimos dias e sinalizou que toparia entrar na sigla para ser vice de Lula.
 
Dirigentes do PSB e de outras siglas, porém, dizem acreditar que Alckmin só baterá o martelo sobre seu futuro partidário após as prévias do PSDB, no domingo (21). No cálculo, o tucano poderia até ficar onde está a depender de quem vencer a disputa interna: João Doria ou Eduardo Leite.
 
Segundo integrantes do PSB, a reunião realizada na noite de quarta-feira (17) serviu para os dirigentes debaterem pessoalmente os cenários com Alckmin e reforçarem as condições para dar apoio aos petistas nacionalmente: querem que o PT respalde candidatos do PSB a governador em São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Acre e Rio de Janeiro.
 
No encontro, dirigentes também decidiram frear conversas para formar uma federação com o PT no próximo ano.
 
Líderes do PSB vão discutir o tema com Alckmin e também procurar Lula para debater pessoalmente a aliança.
 
O ex-presidente quer o partido como aliado em 2022. Os principais entraves, porém, são regionais, sobretudo no estado de São Paulo.
 
Segundo integrantes de ambos os partidos, as articulações para que o PT apoie o PSB no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Acre estão avançadas.
 
No Rio de Janeiro, por exemplo, Lula já declarou que apoiará Marcelo Freixo, mas no PSB há o temor de que ele volte atrás. Freixo deixou recentemente o PSOL e se filiou à sigla.
 
Em São Paulo, porém, segue o impasse porque o ex-presidente não quer deixar de lançar um nome próprio da sigla.
 
O nome colocado hoje para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes é o do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, derrotado em 2018 por Jair Bolsonaro (Sem Partido) na briga pelo Palácio do Planalto.
 
A reunião no PSB foi chamada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, e teve a participação de dirigentes como os governadores Paulo Câmara de Pernambuco e Renato Casagrande do Espirito Santo, o ex-governador Márcio França de São Paulo e o ex-deputado Beto Albuquerque Rio Grande do Sul.
 
O acordo vislumbrado pelo PSB beneficiaria sobretudo França e Albuquerque, que querem disputar os governos de seus respectivos estados.
 
A constatação de líderes do PT e também do PSB é que, hoje, os pessebistas não têm um nome forte que agregue à candidatura de Lula e seja capaz de obrigar o PT a redefinir estratégias estaduais a fim de atrai-los no plano nacional.
 
O governador Flávio Dino (PSB), por exemplo, muito lembrado nas conversas para ser vice de Lula, é originário do PCdoB e visto no PT como um candidato que não ampliaria a chapa para além do campo da esquerda.
 
Já Alckmin, que foi quatro vezes governador pelo PSDB em São Paulo e duas vezes candidato a presidente da República, tem um viés mais à direita e ajudaria a acalmar setores mais conservadores da sociedade, reeditando o que Lula fez em 2002 com o empresário José Alencar como vice.
 
A intenção do PSB é fortalecer a legenda nas negociações a ponto de forçar o PT a abrir mão da cabeça de chapa em disputas estaduais consideradas essenciais para os pessebistas.
 
O partido aposta que nesses cinco estados prioritários há chance de vencer a eleição em 2022. Com o apoio dos petistas, o PSB poderia consolidar essas candidaturas.
 
Em São Paulo, a preferência de Lula é por Haddad, considerado mais viável eleitoralmente que França.
 
O ex-presidente indicou a correligionários próximos que estaria disposto a ceder caso forme a aliança com o tucano. Já Alckmin, com quem conversou nos últimos dias, não nega nem confirma o desejo de integrar a chapa com Lula.
 
O tucano, no entanto, tem tateado e chamou caciques do PSB para encontros. Em um deles, um jantar em São Paulo, nos últimos dias, segundo relatos no partido, Alckmin teria sido cortejado por quem estava no restaurante pela possibilidade de ser vice. Isso, segundo pessebistas, animou o tucano.
 
A costura por uma chapa Lula-Alckmin foi revelada pela coluna de Mônica Bergamo no jornal Folha de S. Paulo. Desde então, o tucano e o petista têm trocado afagos públicos.
 
Até então, Alckmin vinha discutindo seu futuro político principalmente com siglas alinhadas mais ao centro e centro-direita e trabalhado com a hipótese de se candidatar ao Governo de São Paulo mais uma vez.
 
Alckmin, que está de saída do PSDB, também é cortejado pelo PSD, de Gilberto Kassab, e pela União Brasil, que será resultado da fusão do DEM com PSL.
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