04/11/2021 às 21h17min - Atualizada em 04/11/2021 às 21h17min

Siglas de oposição a favor da PEC dos Precatórios agora falam em mudar voto

Dos 21 deputados votantes na quarta-feira (3) do PDT, 15 foram favoráveis à PEC – dos 28 do PSDB, 22 votaram a favor. E, dos 31 votantes do PSB, 10 apoiaram.

Partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro (Sem Partido) cujos deputados federais votaram a favor da PEC dos Precatórios agora falam em mudar o voto no segundo turno da votação na Câmara dos Deputados e no Senado, as informações são do Portal UOL.

Em tese, PDT, PSDB e PSB são de oposição ao governo de Jair Bolsonaro, mas seus deputados – principalmente os pedetistas e tucanos – votaram em massa a favor da Proposta de Emenda à Constituição, ao contrário da maioria das demais siglas oposicionistas.

Dos 21 deputados votantes na quarta-feira (3) do PDT, 15 foram favoráveis à PEC – dos 28 do PSDB, 22 votaram a favor. E, dos 31 votantes do PSB, 10 apoiaram.

O plenário da Câmara aprovou, nesta madrugada, em primeiro turno, por 312 votos a 144, o texto-base da PEC. A proposta, que já havia passado por comissão especial, abre espaço fiscal de R$ 91,6 bilhões para o governo federal em 2022, o que viabiliza o lançamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

Inicialmente, o governo estava tendo dificuldades para aprovar o texto, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), passou o dia de ontem dedicado a articulações para garantir o quórum na votação. No final, a proposta passou em primeiro turno no plenário da Casa por margem estreita de apenas quatro votos a mais do que o necessário.

A PEC precisa ser aprovada ainda em segundo turno de votação na Câmara, previsto para a próxima terça-feira (9), antes de ir para o Senado.

Agora, após repercussão negativa, os presidentes do PDT, PSDB e PSB falam em buscar mudar os votos dos próprios parlamentares. Hoje, porém, Lira afirmou não acreditar em mudanças partidárias bruscas, até porque os termos do acordo para a PEC já foram discutidos.

PDT

Ainda assim, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse ser “possível acontecer a mudança de posição da bancada e eu trabalharei para isso”.

A atuação dos pedetistas na Câmara abriu um racha interno com o pré-candidato à Presidência da República do partido, Ciro Gomes, que anunciou ter suspendido a candidatura até que o PDT reavalie o posicionamento perante a PEC.

Apenas um dos cinco deputados do PDT do Ceará – reduto de Ciro – votou contra a proposta.

“É compreensível a insatisfação dele, porque a aprovação dessa PEC é como dar um cheque em branco para Lira e Bolsonaro”, disse Lupi ao colunista do Portal UOL Chico Alves. “Por outro lado, os deputados se sentiram pressionados. Meu papel agora é botar água nessa fervura”.

“A repercussão foi muito grande. Sabe como é: à mulher de César não basta ser honesta, ela tem que parecer honesta”, declarou. “Como podemos seguir uma linha de oposição tendo um posicionamento assim?”

Lupi também entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a votação da PEC seja cancelada. Para ele, ato da Mesa Diretora da Câmara para mudar uma regra e permitir o voto remoto de parlamentares em “missão autorizada” pela Casa viola o princípio da impessoalidade e da isonomia, servindo “apenas para garantir interesses pessoais na formatação de quórum para aprovação da medida”.

PSDB

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou, em nota, que a bancada do partido no Senado será “nossa trincheira na defesa de programas de transferência de renda que não gerem inflação”. Os senadores tucanos devem se reunir na próxima terça-feira para se declarar contra a PEC.

PSB

Já o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que a direção nacional do partido é contra a PEC dos Precatórios e “lamenta que alguns deputados(as) não tenham seguido a orientação partidária e do líder Danilo Cabral”.

“Faremos o possível para reverter os votos no 2° turno. Se necessário, o PSB fechará questão contra a matéria”, acrescentou.

O atual líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB), buscou defender que a bancada do partido orientou o voto contrário à “PEC do Calote”. E, agora, como líder da Minoria, disse estar trabalhando para “virarmos esses votos e derrotarmos” a proposta.

O líder da Oposição na Casa, Alessandro Molon (PSB), se manifestou no mesmo sentido.


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