02/11/2021 às 11h22min - Atualizada em 02/11/2021 às 11h22min

Jovem indígena que foi destaque na COP26 tem pai perseguido pelo governo Bolsonaro e mãe ameaçada por grileiros

Perseguição e ameaças feitas aos pais da jovem indígena paiter-suruí Txai Suruí estão ligadas à defesa dos direitos dos povos tradicionais no Brasil.

A jovem indígena paiter-suruí Txai Suruí, que fez um discurso histórico durante a abertura da COP26, em Glasgow, nesta segunda-feira (1°), é filha de uma das lideranças indígenas mais conhecidas do país, o cacique Almir Suruí. Almir vem sendo perseguido pelo governo em função das críticas às políticas ambiental e indigenista de Jair Bolsonaro (Sem Partido). Já a mãe de Txai, Ivaneide Cardozo, vem sendo ameaçada de morte por denunciar invasores da Terra Indígena (TI) Uru-Eu-Wau-Wau.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a perseguição contra Almir Suruí começou após o presidente da Funai, Marcelo Xavier, pedir à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar um suposto “crime de difamação” que teria sido cometido por duas associações ligadas ao cacique. O inquérito, aberto no final do ano passado e arquivado em maio deste ano, foi motivado pelas críticas em relação à atuação da Funai no enfrentamento à pandemia entre os povos tradicionais.

A mãe de Txai Suruí, conhecida como Neidinha, também vem sendo ameaçada de morte por invasores de terras indígenas em Rondônia. Em função do risco, ela ficou fora do estado por um período de dois meses. De acordo com a reportagem, as invasões à TI Uru-Eu-Wau-Wau começaram em janeiro de 2019, após Bolsonaro prometer que iria reduzir a demarcação dos territórios indígenas.


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