30/10/2021 às 22h41min - Atualizada em 30/10/2021 às 22h41min

G20: isolado, Bolsonaro tem agenda esvaziada e é ironizado pela imprensa italiana

Presidente brasileiro não tem reuniões previstas com outros mandatários à exceção do presidente italiano.

Jair Bolsonaro (Sem Partido), é um dos únicos líderes do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) que não tem reuniões previstas com outros mandatários, à exceção do presidente italiano Sergio Mattarella, anfitrião do evento que, pelo protocolo, se encontra com todos os líderes presentes em Roma.

Segundo o Itamaraty, a agenda do presidente brasileiro seria atualizada ao longo da visita à Itália, e reuniões estavam sendo negociadas com outros países, mas nada foi fechado até o momento. O encontro do G20 ocorre neste fim de semana (30 e 31/10), e em seguida muitos deles seguem para a Cúpula do Clima em Glasgow, na Escócia (COP26).

Sob forte pressão internacional por causa do aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia, Bolsonaro decidiu não ir à COP26, o que gerou críticas de outros países e de organizações ambientais. Segundo o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o mandatário brasileiro evitará a reunião do clima porque iriam jogar “pedras” nele.

A política ambiental de Bolsonaro colaborou muito para o isolamento dele em foros internacionais como o G20, e a ausência na COP26 acentua isso.

Em geral, reuniões bilaterais entre líderes em eventos como o G20 e a Assembleia Geral das Nações Unidas servem como um dos indicadores da importância do país no cenário global. Historicamente, o Brasil costumava ser requisitado por seu papel de articulador em negociações e debates globais envolvendo países em desenvolvimento.

Oliver Stuenkel, cientista político e professor de Relações Internacionais na Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que o Brasil está muito isolado, e a reputação de Bolsonaro no exterior já está consolidada, então, suas declarações dificilmente vão mudar a posição de outros governos ou gerar manchetes como antes.

“Além disso, como a eleição está chegando, ninguém quer apostar ou vê muito valor em restabelecer algum diálogo ou alguma parceria estratégica. E, mesmo com líderes bem conectados, isso costuma acontecer quando falta um ano de mandato”.

Para Stuenkel, “o melhor que o Brasil poderia fazer não seria reverter o estrago, mas simplesmente aparecer pouco, e há uma boa chance de o Brasil sair do G20 não despercebido, mas sem gerar manchetes fora do país”.


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