15/10/2021 às 10h59min - Atualizada em 15/10/2021 às 11h01min

Alunos do Colégio FECAP arrecadam 5 mil absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade

Objetivo do projeto Fluxo da Empatia é dobrar o número de doações até o fim de outubro.

Os alunos do Colégio FECAP estão arrecadando absorventes íntimos, que serão distribuídos a instituições beneficentes, por meio da campanha Fluxo da Empatia. A ação, que surgiu com a proposta de desmistificar questões relacionadas ao fluxo e à pobreza menstrual, já arrecadou pouco mais de 5 mil absorventes e tem a meta de dobrar o número de doações até o fim de outubro.

O Fluxo da Empatia foi lançado no início de setembro deste ano, após uma discussão promovida nas aulas de Biologia do 2ª A sobre os tabus que envolvem o ciclo menstrual e questionamentos em relação à pobreza menstrual. Caracterizada pela falta de acesso a recursos, infraestrutura e conhecimento sobre os cuidados que envolvem a menstruação, a pobreza menstrual afeta milhões de meninas e mulheres em todo o mundo.

De acordo com o relatório “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, organizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 713 mil meninas brasileiras vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em casa e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. O assunto voltou ao debate da opinião pública após aprovação, pelo congresso, do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, que teve vetada a distribuição gratuita de absorventes a estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua.

A professora de Biologia do Colégio FECAP, Maryana Eiras, que coordena a ação com os alunos, explica que, além de promover uma arrecadação em massa, possibilitando a um grande número de mulheres uma melhor vida higiênica, um dos objetivos do Fluxo da Empatia é conscientizar os alunos sobre essa realidade. “Apesar de não ser uma dificuldade da nossa comunidade, esse assunto permite, além de empatia, consciência e a construção de um pensamento crítico quando falamos em pobreza menstrual”.

Além das alunas, o projeto conta ainda com a participação dos alunos, que se engajaram tanto nas discussões, como na arrecadação dos absorventes. “Percebemos o quanto o público masculino tem dificuldades em tratar do tema, muitas vezes por vergonha de falar desse assunto em casa. Por isso trouxemos essa questão de forma leve e direta, esclarecendo qualquer situação que possa acontecer quando falamos de menstruação”.

A participação dos alunos nas discussões sobre pobreza menstrual foi tão produtiva que ultrapassou os limites da sala de aula. Além de organizar a campanha, que hoje mobiliza toda a comunidade Alvarista, os alunos também passaram a produzir conteúdo sobre o tema no Instagram @fluxodaempatia (https://www.instagram.com/fluxodaempatia). O perfil fala não só da campanha, mas apresenta dados sobre a pobreza menstrual, além de depoimentos dos estudantes. “Houve uma mudança de postura, de maturidade em relação a esse assunto, o que é muito importante para promover mudanças”, observa Maryana. O sucesso do projeto é tamanho que a intenção é que o Fluxo da Empatia se torne permanente.

Como doar

As doações de absorventes para a campanha Fluxo da Empatia podem ser feitas no Colégio FECAP – localizado na Avenida Liberdade, 532 (próximo à estação Liberdade do metrô), capital de São Paulo – até o fim de outubro. Até lá, a meta é arrecadar 10 mil absorventes íntimos, que serão doados ainda esse ano a instituições do Centro de São Paulo.


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