03/12/2019 às 21h10min - Atualizada em 03/12/2019 às 21h10min

Pinheiros lidera ranking de reclamações por barulho. Paraisópolis ocupa a 76ª posição

O bairro que lidera as reclamações por conta de barulho na capital paulista não fica nas periferias, nem é conhecido por grandes bailes funk em vias públicas. Pinheiros, área nobre da zona oeste, lidera o ranking de reclamações do Programa Silêncio Urbano (Psiu), da prefeitura de São Paulo, com 345 denúncias até julho deste ano.

O bairro que lidera as reclamações por conta de barulho na capital paulista não fica nas periferias, nem é conhecido por grandes bailes funk em vias públicas. Muito menos por violentas repressões policiais para acabar com eventos que reúnem jovens.

Pinheiros, área nobre da zona oeste, lidera o ranking de reclamações do Programa Silêncio Urbano (Psiu), da prefeitura de São Paulo - SP, com 345 denúncias até julho deste ano. A região compreende a Vila Madalena. Já a Vila Andrade, onde fica a favela de Paraisópolis, palco de violenta repressão policial no baile funk da DZ7, que deixou nove mortos no último domingo (1º), é apenas a 76ª no ranking, com 60 reclamações.

As informações foram obtidas pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública, em parceria com o Portal G1. A capital paulista registrou 9.449 reclamações de barulho - que inclui os bailes como o da DZ7 -, cerca de 52 ocorrências por dia, entre janeiro e julho. O Psiu recebe denúncias de perturbação do sossego de qualquer tipo de estabelecimento ou evento, seja comercial ou residencial. A Polícia Militar (PM) é parceira da prefeitura no atendimento aos chamados.

A diferença nas ações em cada bairro fica evidente quando se compara a ação da polícia em Paraisópolis com a dispersão de torcedores na Vila Madalena, na Copa do Mundo de 2014. Para encerrar a festa, a PM utilizava megafones e mensagens em três idiomas. Mesmo enfrentando resistência, não se utilizou de violência.

Outra região em que a Polícia Militar dispersou um baile funk com violência foi em Guaianases, no extremo leste da capital paulista, no início de novembro. A adolescente Gabriella Talhaferro, de 16 anos, ficou cega do olho esquerdo após ser atingida por uma bala de borracha disparada pelos policiais. Havia cerca de 700 pessoas no local. A polícia alega que foi atender um chamado de perturbação de sossego e que os jovens bloquearam a via. O bairro também não tem destaque nas reclamações do Psiu: está na 68ª posição.

Além de Pinheiros, aparecem no topo da lista o bairro de Santa Cecília, na região central, com 233 reclamações; Vila Mariana, com 220; Sacomã, com 217; e Itaim Bibi, com 213. A PM informou por meio de nota que as ações de dispersão de bailes funk fazem parte da Operação Noite Tranquila, criada pelo governador João Doria (PSDB) no início do ano.

“A operação tem o objetivo de evitar a instalação de bailes funk ou aglomerações que ocasionam a quebra da ordem pública e, por conseguinte, a perturbação do sossego. Os locais onde há o emprego do policiamento são mapeados pela inteligência e todas as regiões da cidade recebem a operação”, diz a nota. Foram realizadas 7,5 mil operações em 2019.


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