27/09/2021 às 19h47min - Atualizada em 27/09/2021 às 19h47min

“Tudo o que excede R$ 2 não é nossa responsabilidade”, diz presidente da Petrobras sobre gasolina

Joaquim Silva e Luna deu entrevista coletiva alegando que alta da gasolina está ligado ao governo, aos ministérios de Minas e Energia, Economia e com a Casa Civil.

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (27), o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou que a empresa é responsável por apenas R$ 2 na composição do preço da gasolina, pois cuida apenas da produção e do refino do combustível.

“Entendemos que isso [aumento de preços] está com o governo, Ministério de Minas e Energia, [Ministério da] Economia e com a Casa Civil”, disse Silva e Luna.

A Petrobras também fez uma apresentação sobre a composição do preço do combustível. No exemplo usado, no posto onde a gasolina custa R$ 6,10, R$ 2 por litro vão para a Petrobras, R$ 1,03 por litro vão para custo da mistura do etanol anidro, R$ 0,66 por litro à distribuição e revenda, R$ 0,69 por litro para tributos federais e 27,5% para impostos estaduais.


Questionado sobre a variação nos valores dos combustíveis, que vem subindo nas últimas semanas, o presidente da Petrobras disse que monitora o valor do petróleo Brent, mas essa é uma questão mais geopolítica do que de mercado.

Sobre o aumento do GLP, Silva e Luna fez uma simulação com um botijão de 13kg a R$ 98,30 e detalhou: R$ 46,90 vão a Petrobras, R$ 36,80 para envase, distribuição e revenda e R$ 14,60 para impostos estaduais.


Declaração de Bolsonaro

A entrevista de Silva e Luna aconteceu após declarações de Jair Bolsonaro (Sem Partido) na manhã desta segunda-feira. Bolsonaro comentou sobre o aumento de preços da gasolina e afirmou: “Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4? Ou menos?”.

Ainda sobre o valor do combustível, presidente acrescentou que não há o que fazer devido ao regimento da Petrobras e relembrou a troca na presidência da estatal, em que indicou o general Joaquim Silva e Luna, na época visto como forma de interferir na empresa.

“Alguns acham que eu tenho o poder de decidir as coisas dentro da Petrobras. Nos Estados Unidos ninguém culpa o governo pelo que acontece nos combustíveis. Aqui o grande acionista [da Petrobras] é o governo federal, mas temos normas, temos regras, tem a lei paridade e tantas e tantas outras coisas. Quando eu resolvi mudar o presidente da Petrobras a mesma perdeu dezenas de bilhões de reais e me acusaram de interferir. É um direito meu”, disse.


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