17/09/2021 às 17h21min - Atualizada em 17/09/2021 às 17h21min

Time de futebol de amputados de Campinas – SP reforça o poder do esporte como ferramenta de inclusão social

Um exemplo recente foram os Jogos Paralímpicos, que mostraram que a deficiência torna-se uma mera coadjuvante na história.

Presente na vida de muitos brasileiros, o esporte pode mostrar-se uma verdadeira ferramenta de desenvolvimento individual e social. E nada mais justo do que no Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, destacarmos o papel transformador do esporte na vida de muitos atletas com deficiência. Um exemplo recente foram os Jogos Paralímpicos, que mostraram que a deficiência torna-se uma mera coadjuvante na história.

Em Campinas – SP, um grupo de atletas é exemplo de inspiração e de ter a vontade de viver reforçada pelo esporte. É o time de Futebol de Amputados da Ponte Preta, única equipe da modalidade na região. O projeto, que promove a inclusão social da pessoas com deficiência por meio do esporte, foi idealizado pelos atletas e fundadores da equipe Maurício Mendes de Souza Júnior, o Juninho, e Diego da Silva Barbosa Dias, o Dieguinho.

Juninho nasceu com uma má formação congênita em uma das pernas, mas nunca deixou que a deficiência o impedisse de buscar seu sonho de criança, de ser jogador de futebol. “Na infância eu não conseguia jogar futebol de igual para igual, porque as outras crianças me deixavam com vantagem, não me marcavam. Às vezes eu nem sabia o que era pior, se era não jogar ou me tratarem diferente por conta da deficiência”, lembra.

Depois de assistir a um vídeo de um time da Angola que jogava com muletas, foi atrás de equipes para poder praticar o esporte, ao qual se dedica há nove anos. Hoje, lidera o time da Ponte Preta Futebol de Amputados e soma participações no Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa do Mundo no México. Logo na primeira competição pelo clube de Campinas, a Copa do Brasil 2017, a equipe conquistou um vice-campeonato e teve ainda o atleta revelação e o melhor técnico do torneio.

Além do futebol, Juninho ainda pratica Futevôlei de Amputados e Corrida de Rua. “Eu costumo dizer que a vida foi feita para ser superada, e não lamentada”, reflete o atleta.

Diferente de Juninho, Elias Emerick, que também joga pela equipe da Ponte Preta, teve a perna amputada após sofrer um acidente. Ele, que já praticava futebol convencional, afirma que conquistou mais prêmios depois que passou a jogar pelo time de amputados: “Quando achei que tinha encerrado a fase de conquista de troféus e medalhas devido à amputação, estava enganado, pois conquistei títulos em uma modalidade que nunca havia imaginado competir. A deficiência abriu novos caminhos e desafios que fui capaz de superar”, compara Elias.

A equipe da Ponte Preta Futebol de Amputados existe há quatro anos e atualmente conta com 25 jogadores.

A modalidade

O futebol de amputados é uma variação do futebol convencional e conta com a participação de jogadores com amputação de membros inferiores e goleiro com amputação de membros superiores. A modalidade chegou no Brasil em 1986, ano em que também aconteceu a primeira competição brasileira, na cidade de Linhares – ES. Atualmente, o Brasil é o único país tetracampeão de Futebol de Amputados, sendo uma das maiores potências da modalidade no mundo.


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