07/09/2021 às 12h27min - Atualizada em 07/09/2021 às 12h27min

Bolsonaro faz ameaça golpista ao Supremo em discurso para apoiadores em Brasília – DF

“Ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, declarou – o “seu” é o ministro Alexandre de Moraes, cujo nome Bolsonaro não mencionou.

Sem mencionar o Poder Judiciário, Jair Bolsonaro (Sem Partido) fez uma ameaça ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, durante discurso para manifestantes nesta terça-feira (7) em Brasília – DF.

Bolsonaro discursou em um carro de som ao lado dos ministros da Defesa, Walter Braga Netto; do Trabalho, Onyx Lorenzoni; da Justiça, Anderson Torres, e do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB). Ele falou a manifestantes que se deslocaram em ônibus de várias partes do país para participar da manifestação, convocada, entre outros, pelo próprio Bolsonaro.

No discurso, Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, do STF – novamente sem citar o nome do ministro. Alexandre de Moraes é responsável pelo inquérito que investiga o financiamento e organização de atos contra as instituições e a democracia e pelo qual já determinou prisões de aliados do presidente e de militantes bolsonaristas. Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com Bolsonaro, “uma pessoa específica da região dos três poderes” está “barbarizando” a população e fazendo “prisões políticas”, que, segundo afirmou, não se pode mais aceitar.

“Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, disse.

Nas palavras de Bolsonaro, “o Supremo Tribunal Federal perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal”.

“Nós todos aqui, sem exceção, somos aqueles que dirão para onde o Brasil deverá ir. Temos em nossa bandeira escrito ordem e progresso. É isso que nós queremos. Não queremos ruptura, não queremos brigar com poder nenhum. Mas não podemos admitir que uma pessoa turve a nossa democracia. Não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade”, declarou.

Bolsonaro disse que, nesta quarta-feira (8), participará de uma reunião do Conselho da República com os presidentes dos demais poderes, a fim de mostrar “para onde nós todos devemos ir”.

“Amanhã estarei no Conselho da República juntamente com ministros para nós, juntamente com o presidente da Câmara [deputado Arthur Lira], do Senado [senador Rodrigo Pacheco] e do Supremo Tribunal Federal [ministro Luiz Fux], com essa fotografia de vocês, mostrar para onde nós todos devemos ir”, afirmou.

Segundo informações os chefes dos demais poderes não foram comunicados de reunião do Conselho da República nesta quarta-feira.

O Conselho da República citado por Bolsonaro é um órgão de consulta do presidente. Por definição, cabe ao conselho pronunciar-se sobre “intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio” e também sobre “as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas”.

Integram o conselho, comandando pelo presidente da República, o vice-presidente; os presidentes da Câmara e do Senado; os líderes da maioria e da minoria na Câmara e no Senado; o ministro da Justiça e também seis cidadãos – dois escolhidos pela Câmara, dois pelo Senado e dois pelo presidente. O conselho só se reúne por convocação do presidente da República.


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